terça-feira, 4 de julho de 2023

Delegado agride professor do filho em escola no Paraná - PF investiga o caso

O caso aconteceu na última sexta-feira

Professor mostra as marcas de enforcamento após as agressões do delegado

O delegado Mário César Leal Júnior está sendo investigado pela Polícia Federal por, segundo relatos, ter ido armado à escola do filho para agredir e dar voz de prisão a um professor que teria discutido com o garoto, de 13 anos de idade. O caso aconteceu na última sexta-feira (30), em Guaíra, no Paraná.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo delegado na Polícia Civil, o professor teria dito que "soltaria fogos de artifício" com a saída do estudante da escola. Além disso, conforme o documento, o educador teria chamado o aluno de "nazista, racista, xenofóbico e gordofóbico".

O QUE DIZ O PROFESSOR - Gabriel Rossi, professor envolvido na confusão, admitiu ter dito que comemoraria a saída do aluno. Contudo, afirmou que o adolescente o retrucou com uma piada sobre o fato de ele ser calvo. Depois disso, contou que chamou o estudante para uma conversa particular e negou ter discutido com ele.
Rossi também comentou que constantemente era alvo de piadas do adolescente, mas negou tê-lo chamado de "nazista".
A ida do pai do aluno à instituição para agredi-lo surpreendeu o educador. "Ele começou a gritar que era delegado e que eu estava preso. Apertou o meu braço e puxou. Eu tentei sair e foi quando ele me enforcou, me jogou contra o carro dele, puxou a pistola e apontou na minha cara".
A Polícia Federal afirmou estar "ciente quanto aos fatos relatados" e disse que instaurou procedimento administrativo para apuração do ocorrido.
Já a escola onde aconteceu o caso comunicou, em nota, que "lamenta profundamente o episódio violento ocorrido contra um de nossos professores". "Tal agressão é inadmissível. Reiteramos nosso apoio ao professor agredido e vale ressaltar que nada justifica uma agressão, seja física, moral ou verbal, e será sempre um ato repudiável, independentemente das razões que possam levar alguém a cometer tal atitude".

ABUSO DE PODER - O professor contou que não registrou boletim de ocorrência sobre o caso porque, no momento em que chegou à unidade policial mais próxima para fazê-lo, foi informado por um delegado que os agentes de segurança estavam em greve e que ele não poderia registrar o caso. "Fiquei muito temeroso porque vi ali um abuso de poder".
Após a repercussão do caso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, escreveu no Twitter que "apurações administrativas serão procedidas na Polícia Federal, visando ao esclarecimento dos fatos e cumprimento da lei".

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