Organização criminosa formada por policiais e traficantes é acusada de crimes como extorsão, tráfico de drogas e tráfico de armas, em Fortaleza
Promotores de Justiça e policiais cumpriram 5 mandados de
prisão preventiva e 24 mandados de busca e apreensão, nas operações Gênesis IX
e X
O Grupo Especial de
Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará
(MPCE), esmiuçou um esquema criminoso
formado por policiais militares e traficantes, que praticou crimes como
extorsão, tráfico de drogas, tráfico de armas, receptação, corrupção e
organização criminosa, em Fortaleza.
A teia criminosa, composta por 31 acusados pelo MPCE (sendo 17 policiais
militares e ex-PMs e 14 traficantes), foi alvo das operações Gênesis IX e X,
deflagradas no dia 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, 5 policiais foram
presos e 24 mandados de busca e apreensão cumpridos. A denúncia do Ministério
Público foi recebida pela Justiça Estadual, e os acusados viraram réus.
Conforme a denúncia do Gaeco, os agentes de segurança chegaram a combinar a
entrega de um dinheiro, oriundo do tráfico de drogas, em um quartel da Polícia
Militar do Ceará (PMCE); e tentavam interferir em prisões de comparsas dos seus
aliados, durante o flagrante feito por outra composição militar, na delegacia
da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e até quando o caso já estava no Fórum Clóvis
Beviláqua.
26 práticas criminosas cometidas pela quadrilha, descritas na denúncia, foram
descobertas através de interceptações telefônicas e extração de dados dos
aparelhos celulares dos investigados.
Entre os crimes, uma negociação de drogas que terminou em um quartel da Polícia
Militar, na Capital. O falecido sargento PM Antônio Iran Ferreira de Lima
(morto em um acidente automobilístico, em 22 de setembro de 2018) teria
procurado o sargento Jeovane Moreira Araújo - apontado como líder da
organização criminosa - para repassar uma droga, pelo valor de R$ 1.550, no dia
14 de abril de 2017, segundo as investigações do Gaeco.
CASOS DE EXTORSÃO - Outra prática
recorrente da organização criminosa era extorquir pequenos e médios
traficantes, rivais dos seus comparsas - com uso de informações privilegiadas
da Polícia Militar.
Em um dos casos identificados pelo Gaeco, os PMs Jeovane Moreira, Oziel
Pontes da Silva e Paulo Rogério Bezerra do Nascimento são acusados de extorquir
um homem com mandado de prisão em aberto, no bairro Serrinha, no dia 22 de
agosto de 2016. Para ele não ser preso, teve que pagar R$ 3 mil e entregar uma
arma de fogo e três veículos para os policiais.
Em outro episódio, no dia 1º de novembro daquele ano, Jeovane e os também
militares Francisco Clébio do Nascimento Alves, Francimar Barbosa Lima e José
Alessandro dos Santos teriam exigido de um suspeito R$ 5 mil, além de terem
subtraído uma pequena quantidade de droga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário