A vítima, Mayara Farias Barbosa, foi morta enquanto trabalhava, em um espetinho no bairro Jardim Guanabara
A vítima foi morta enquanto trabalhava
A Controladoria Geral
de Disciplina (CGD) instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a
conduta do policial militar, soldado
Daniel de Sousa Moreira. O praça foi denunciado pelo Ministério Público do
Ceará (MPCE) como executor da morte de uma mulher, a mando de um empresário.
Na denúncia, o MP diz que Daniel é conhecido como 'Cachorro Louco' e foi contratado por Reginaldo de Brito Carneiro, o 'Lourão' "porque o empresário estava
insatisfeito pelo fato de a vítima, sua ex-funcionária, ter movido uma ação
trabalhista contra a empresa do réu".
A CGD considera que existem indícios de materialidade e autoria passíveis para
apuração do órgão. Conforme publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) da última
segunda-feira (7), a finalidade do processo é "apurar as condutas transgressivas, bem como a incapacidade deste para
permanecer nos quadros da Corporação Militar a qual pertence".
GRUPO DE WHATSAPP PARA ALUGAR ARMAS
Conforme a
Controladoria, o MP "asseverou que durante as investigações policiais
foram pedidas e deferidas medidas cautelares, que reforçam o envolvimento do
mandante do crime com o soldado em tela e constatou-se que o soldado integra um
grupo de WhatsApp de policiais que presta serviços de segurança em horários de
folga, onde inclusive o mesmo oferece duas armas para serem alugadas, tendo uma
delas sido encontrada e apreendida durante o cumprimento de mandados de busca e
apreensão".
A vítima, Mayara Farias Barbosa, foi
morta enquanto trabalhava, em um espetinho no bairro Jardim Guanabara.
A acusação indica que ela foi surpreendida pela repentina chegada ao local de
dois indivíduos em uma moto vermelha, tendo o garupeiro descido, adentrado ao
estabelecimento e se dirigido até a vítima e efetuado disparos de arma de fogo
contra Mayara, tendo sido apurado que o condutor da citada moto era soldado
Daniel.
Reginaldo foi denunciado pelo Ministério Público no dia 31 de janeiro deste
ano, por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, mediante promessa
de recompensa e por circunstância que dificultou a defesa da vítima) e Daniel,
por homicídio duplamente qualificado (mediante promessa de recompensa e por
circunstância que dificultou a defesa da vítima). A 5ª Vara do Júri de
Fortaleza recebeu a denúncia e os acusados viraram réus, em fevereiro de 2023.
DEMISSÃO E NOVO EMPREGO - Mayara foi demitida do
bar no Quintino Cunha um mês antes do crime e logo conseguiu o outro emprego.
Ao tomar conhecimento da ação trabalhista na Justiça, o réu Reginaldo de Brito
foi ao restaurante em que a ex-empregada estava trabalhando "para denegrir
a imagem de Mayara perante o atual empregador", segundo a denúncia do
MPCE.
Na denúncia, o
Ministério Público acrescenta que que cerca de 25 min (minutos) após o fato,
Reginaldo recebeu em seu celular o vídeo da execução do crime". E ainda
que os dois réus presos mantiveram contato telefônico na manhã de 13 de maio
último, poucas horas após o crime.
EM TEMPO – Por conter senas fortes, optamos por não divulgar o vídeo.
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