Outras duas advogadas, que também foram alvos da Operação, atuavam como "pombo correio" do crime organizado
65 equipes de policiais civis participaram da 5ª fase da
Operação Profilaxia, no dia 5 de agosto deste ano
Uma advogada presa pela
Polícia Civil do Ceará (PC-CE) na 5ª fase da Operação Profilaxia, no último dia 5 de agosto, trazia drogas de
outros países e vendia o quilo da cocaína no Ceará por R$ 28 mil, segundo a
investigação policial. Outras duas advogadas, que também foram alvos da
Operação, atuavam como "pombo correio"
do crime organizado.
Um relatório da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)
aponta que a advogada Wanessa Kelly
Pinheiro Lopes é companheira de José Glauberto Teixeira do Nascimento,
conhecido como 'Amarelo', um dos chefes de uma facção criminosa local, que
nasceu da dissidência de uma facção de origem carioca, com atuação em Caucaia,
na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
'Amarelo' já estava detido no Presídio Estadual de Segurança Máxima do Ceará,
em Aquiraz, e Wanessa Kelly foi alvo de um mandado de prisão preventiva na
'Profilaxia'. "Verificou-se que Wanessa, além de advogar para o mencionado
companheiro, assumiu as funções de seu companheiro, inclusive, comercializando
e negociando drogas ilícitas", revela o relatório da Draco.
A Delegacia Especializada teve acesso a uma conversa entre Wanessa e Mardônio Maciel Vasconcelos, o 'Restrito', chefe de outro
grupo dissidente da facção carioca, em 2021. No diálogo, a mulher pergunta se o
homem quer "o original ou o
comercial". O que os investigadores deduzem "ser o produto puro,
para desdobramento com outras substâncias para dar mais volume e rentabilidade,
ou o produto já misturado".
Na sequência, Wanessa informa que o
quilo da substância custa R$ 28 mil.
Para a Draco, Wanessa também transmitia mensagens da facção para o
companheiro, 'Amarelo', dentro do Presídio de Segurança Máxima, e trazia ordens
para fora do cárcere, inclusive com bilhetes.
ADVOGADAS ATUAVAM COMO 'POMBO CORREIO' DO TRÁFICO - Outras duas advogadas, alvos da 5ª fase da Operação Profilaxia, atuavam
como "pombo correio" ou
"porta voz" de facções criminosas voltadas para o tráfico de
drogas.
A advogada Aline Cunha Martins, presa
preventivamente na Operação, é suspeita de trocar comunicações entre o chefe de
um grupo criminoso local preso, Francisco Cilas de Moura Araújo, o 'Mago', e
comparsas em liberdade. Para os investigadores, a mulher desempenhou
"papel fundamental" na divisão da facção carioca em Caucaia.
Já a advogada Sílvia Helena Tavares da
Cruz foi conduzida coercitivamente por policiais civis, para ser monitorada
por tornozeleira eletrônica. A Draco pediu pela sua prisão preventiva, mas a
Justiça Estadual não a concedeu.
Após uma troca de mensagens de Sílvia com a irmã de um preso, em novembro de
2021, investigadores identificaram que "a investigada visitou o referido
interno supostamente para realizar um atendimento jurídico, mas, na verdade,
foi para buscar o seu recado para outros comparsas e possivelmente enviar
informações de fora do sistema prisional para o clausurado".
A defesa de Aline Cunha Martins pediu à Justiça Estadual pela substituição da
prisão preventiva da cliente por prisão domiciliar e anexou exames médicos dela
e do filho ao processo criminal.
Já Sílvia Helena Tavares da Cruz (advogando para si mesma) requereu que o
processo entre em segredo de justiça.
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