terça-feira, 19 de setembro de 2023

Criança que recebeu remédio mais caro do mundo mexe as pernas pela primeira vez

Júlia Maria, que precisa do medicamento Zolgensma para tratar atrofia muscular espinhal (AME), viajou com a mãe Jozelma Silva para Curitiba, onde tomou o medicamento

Remédio custa cerca de R$ 6 milhões

Júlia Maria, criança cearense de dois anos, (é de Iguatu), que ganhou na Justiça o direito de receber o remédio mais caro do mundo, apresenta melhoras na semana em que passou a utilizar o medicamento, segundo Jozelma Silva, a mãe de Júlia.
Ela confirmou que a filha, que sofre atrofia muscular espinhal (AME), passou a mexer as pernas após consumir o remédio e passou a se movimentar. "Começou a apresentar melhoras. Minha filhinha não mexia as perninhas antes da medicação".
Júlia Maria recebeu alta hospitalar em Curitiba, onde recebeu a medicação, e vai passar por uma nova avaliação. "Já recebeu alta, mas dia 22, sexta-feira, ela vai passar por nova avaliação. Se der tudo certo, sábado ela volta para Fortaleza".
A criança tem atrofia muscular espinhal (AME) e precisa do remédio Zolgensma, que custa cerca de R$ 6 milhões. Em setembro deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin determinou que a União forneça o remédio a Júlia Maria.
"Todo mundo conhece a evolução de quem tomou Zolgensma e quem não tomou. A gente nem acredita quando vê. Sei que se a Júlia tomar, ela vai andar (...) Tenho esperança de que a Júlia saia do respirador, que respire por conta própria. Vai melhorar a qualidade de vida dela em muitos aspectos".

Júlia Maria recebeu alta médica e deve retornar para Fortaleza no próximo sábado

O que é a AME - A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença rara, degenerativa, que não tem cura, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover, conforme o Ministério da Saúde.
Ela varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.
Ainda segundo o ministério, o Zolgensma apresenta impacto positivo na respiração, mastigação, movimentos da língua, deglutição, reflexo de vômito e a articulação da fala de quem tem AME tipo I.
Ele é um medicamento dose única via intravenosa, diferente dos demais medicamentos já incorporados ao SUS para os tipos I e II de AME que são administrados com periodicidade.

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