O jovem decidiu concorrer como cotista devido ao agravamento das condições motoras decorrentes da leucemia
O jovem Lázaro Emanoel Oliveira dos Santos, 22 anos, garantiu
na Justiça o direito de cursar direito na Universidade Regional do Cariri
(Urca).
Ele faz tratamento contra Leucemia Mieloide Aguda
(LMA), e decidiu concorrer no vestibular nas vagas reservadas a cotas para
pessoas com deficiência. No entanto, uma comissão indeferiu o pedido dele,
argumentando que a doença não é uma deficiência. Lázaro recorreu, e obteve
decisão favorável.
Lázaro é morador de Iguatu, no interior do Ceará, mesmo município do campus
onde ele concorreu. Após anos de estudo e dedicação, passou em 2º lugar na
lista de cotas para candidatos com deficiência.
O jovem decidiu concorrer como cotista devido ao agravamento das condições
motoras decorrentes da leucemia. No processo de matrícula, ele apresentou o
laudo médico detalhado com o parecer da doença (reconhecida na Classificação
Internacional de Doenças), junto ao cronograma de viagens médicas, assinaturas
e CRMs dos médicos responsáveis pelo tratamento em São Paulo.
Ele também levou um anexo do benefício assistencial que recebia do INSS
desde o diagnóstico. A apresentação desses documentos é uma conduta exigida em
lei, que define a forma de ingresso no sistema de cotas nas instituições de
ensino superior no Ceará. Porém, o sonho virou pesadelo quando a comissão
responsável rejeitou sua matrícula na universidade.
Lázaro chegou a recorrer de forma administrativa, porém, mais uma vez, a
comissão negou o pedido. “Primeiro, eu me senti anestesiado. Senti raiva, muita
tristeza por todo o corpo. Eu falei para os meus familiares que eu fiquei tão
triste quanto o dia que eu recebi o diagnóstico do câncer. Para mim, foi uma
injustiça. Eu fui aceito na inscrição, assisti a 45 dias de aula e ainda fui
indeferido na comissão. O recurso era a minha última chance. Fiquei extremamente
triste”, desabafou o estudante.
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