Estudo alerta para a circulação do vírus no ciclo selvagem, também mortal para humanos, e para a necessidade de notificar autoridades em caso de contato com esses animais
Em abril, agricultor de 36 anos morreu no Estado poucos meses
após ser mordido por primata
Variantes do vírus da raiva detectadas em morcegos intimamente relacionadas com variantes presentes em
saguis-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) foram encontradas no Ceará,
acendendo um alerta para a circulação do vírus, mortal para humanos. Os saguis são bastante comuns em áreas
selvagens e urbanas no Brasil, muitas vezes sendo capturados e mantidos como
animais de estimação.
Além da semelhança entre as variantes encontradas nos morcegos analisados,
chamou a atenção dos pesquisadores a presença do vírus da raiva em espécies
frugívoras e insetívoras dos mamíferos voadores. Os morcegos que se alimentam
de sangue são mais conhecidos por serem hospedeiros e importantes transmissores
do vírus da raiva. “Até agosto deste ano, foram encontrados sete saguis
positivos para raiva. No Ceará, a doença é endêmica e temos um histórico de
agressões de humanos por saguis e mortes por raiva, uma delas ocorrida em
maio”, de um agricultor de 36 anos, agredido por um sagui em fevereiro no
município de Cariús. O homem só buscou atendimento em abril, quando começaram a
surgir os sintomas, mas não resistiu. “O sagui caiu no quintal dele com
dificuldade de locomoção. O homem tentou ajudá-lo e foi mordido. O animal já
apresentava sinais de paralisia, um dos sintomas da raiva. Nem sempre o animal
doente mostra agressividade e boca espumando, o que a população normalmente
associa à raiva. Por vezes, nem mesmo há sintomas aparentes”.
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