CGD também abriu investigação administrativa contra os
militares, que já foram alvos de operação do Ministério Público
Armas de fogo e drogas foram apreendidas com os acusados
Dez policiais militares, acusados de integrar
uma organização criminosa que cometia crimes como homicídios, tráfico de drogas
e extorsões, no Ceará, foram afastados preventivamente das funções, por decisão
da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário (CGD).
Conforme portaria publicada no Diário
Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (29), a CGD também instaurou
Conselho de Disciplina para investigar a conduta do sargento Messias da Silva
Andrade, dos cabos Marcus Vinícius Linhares Mesquita, Igo Jefferson Silva de
Sousa, Jackson Araújo Mota, José Otaviano Silva Xavier e Domingos Bezerra de
Macedo e dos soldados Leandro de Moura Lemos, Dalberson Barbosa da Silva de
Vargas, Ariel Ruan Dieb do Nascimento Fernandes e Francisco Ivanildo Brígido de
Sousa.
O grupo de policiais militares foi alvo da Operação Interitus no último dia 14
de novembro. Na ocasião, três policiais militares e um guarda municipal de
Fortaleza foram presos.
A CGD descreveu, na portaria, que a atuação criminosa dos PMs foi
"demonstrada a partir de um grupo no aplicativo WhatsApp denominado 'Grupo
de Amigos', com o propósito de, em tese, praticarem os mais diversos tipos de
crimes como organização criminosa, execuções, ameaças, extorsões, negociações
ilícitas de armas de fogo, clonagens de veículos, agiotagem, lavagem de
dinheiro, tráfico, posse ou uso de entorpecentes ou substâncias de efeito
similar, falsificação de documento particular, comércio ilegal de arma de fogo,
e usura pecuniária, ocorridas nesta Capital".
O cabo José Otaviano Xavier é apontado
pelas investigações policiais como o líder da organização criminosa, tendo como
seu 'braço direito' o cabo Jackson Mota.
PMS E GUARDA MUNICIPAL PRESOS - A Operação Interitus cumpriu quatro mandados de prisão preventiva -
contra três policiais militares e um guarda municipal de Fortaleza - e 11
mandados de busca e apreensão, no último dia 14 de novembro.
HOMICÍDIOS COMETIDOS PELA QUADRILHA - A CGD revelou, na deflagração da Operação, que a quadrilha formada por agentes de segurança é investigada por pelo menos 6 homicídios: "Um dos casos, ocorrido em 2018, foi o homicídio praticado contra um motorista de aplicativo, nas proximidades do Centro Fashion, em Fortaleza/CE". Outro caso exemplificado é um duplo homicídio ocorrido em 2019. "A organização criminosa composta por policiais invadiu uma casa no bairro Cais do Porto, em Fortaleza/CE, e executou duas pessoas no local. Segundo a investigação, um grupo de 4 (quatro) homens encapuzados chegou ao local, identificou as vítimas e as executou com diversos disparos de arma de fogo. A possível motivação para esse crime seria desavenças pessoais de um dos investigados com uma das vítimas".
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