Suposto líder da organização criminosa foi preso no hospital,
após ser baleado junto de outros quatro PMs
Mandado de prisão expedido pela Justiça foi cumprido contra o
policial militar
O cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Igo Jefferson Silva
de Sousa, preso no hospital na última
quarta-feira (21) após ser baleado junto de outros policiais militares, é
suspeito de participar dos assassinatos de dois homens em retaliação ao
assassinato do soldado Bruno Lopes
Marques, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, no dia 12 de fevereiro
deste ano.
Conforme o Pedido de Prisão Preventiva do Grupo de Atuação Especial de Combate
às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE),
contra Igo Jefferson, que foi deferido pela Justiça Estadual, as autoridades
receberam informações de que o PM "teria participado, juntamente com
outros policiais do Batalhão ao qual pertencia o Soldado assassinado, de duas
execuções na madrugada do dia 15 de fevereiro, sendo uma no Bairro Carlito
Pamplona e outra no Bairro Cristo Redentor".
42 tiros foram efetuados contra Arthur
dos Santos Rodrigues, que morreu no local, no bairro Carlito Pamplona.
Outro homem foi baleado na ação criminosa, mas conseguiu fugir com vida.
Poucos minutos depois, Márcio Wallace de
Sousa Matos foi executado com 20 tiros, no bairro Cristo Redentor, na mesma
região do primeiro crime. Testemunhas dos dois homicídios afirmaram que os
crimes foram cometidos por cerca de cinco homens encapuzados, em um veículo
estilo hatch, de cor branca.
Informações recebidas pelo Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social do Ceará (SSPDS) dão conta que os homicídios foram cometidos por
um grupo de extermínio, formado por policiais militares, que tem Igo Jefferson,
conhecido como 'Igo Negão', como
chefe.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA FORMADA POR PMS - Os homicídios ocorreram três dias depois do assassinato do soldado Bruno
Marques, no Pirambu, em Fortaleza. Segundo o Gaeco, 'Igo Negão' e Bruno "atuariam em conjunto em 'grupo de extermínio
e extorsões contra criminosos da área do Pirambu'.
A dupla já era alvo da Operação Embrionária, "que já está com as
medidas cautelares finalizadas, mas ainda encontra-se em sigilo absoluto
enquanto aguarda a conclusão do relatório final", segundo o Pedido de
Prisão Preventiva do Gaeco.
Em Pedido de Prisão Preventiva - A Auditoria Militar do Estado do Ceará, da Justiça Estadual, acatou o
pedido do MPCE e decretou a prisão preventiva de Igo Jefferson Silva de Sousa,
na última terça-feira (20). O mandado de prisão foi cumprido pelo Gaeco e pela
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário (CGD), na última quarta-feira (21), em uma unidade de saúde, onde
'Igo Negão' se recupera de um tiro que sofreu no dia 17 deste mês.
Na ocasião, Igo e outros quatro PMs foram baleados. Conforme uma fonte da
Polícia Militar, o grupo formado por 5 PMs de folga se dirigiram à Barra do
Ceará, em Fortaleza, na madrugada de sábado (17), para tirar satisfações com
integrantes de uma facção criminosa, que estaria ligada ao assassinato do
soldado Bruno Lopes Marques, de 27 anos, no bairro Carlito Pamplona, no último
dia 12 de fevereiro.
Entretanto, os faccionados também estavam armados e conseguiram balear os
cinco policiais. Igo sofreu o ferimento mais grave, na boca. Enquanto os outros
PMs ficaram feridos no abdômen ou nas pernas. Para despistar a ação conjunta,
os policiais baleados se distanciaram e pediram ajuda de outros agentes de
segurança em pontos distintos da Capital, entre a Barra do Ceará e o Grande
Pirambu.
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