segunda-feira, 18 de março de 2024

Delegado Da Cunha - Quem é o deputado acusado de agredir namorada

Parlamentar já chamou policiais civis com mais de 55 anos de "ratos" e "raposonas" - Também chegou a ser indiciado pela Corregedoria da Polícia Civil de SP

Delegado Da Cunha é delegado da polícia civil do Estado de São Paulo

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), mais conhecido como Delegado Da Cunha, é acusado de espancar e ameaçar sua namorada de 28 anos, a nutricionista Betina Grusiecki. Ele ganhou fama atuando como um policial youtuber exibindo vídeos e fotos que mostram operações policiais e o dia a dia dos agentes, com prisões de suspeitos, ostentação de armas de fogo e flagrantes de ocorrências.
O seu canal no Youtube tem mais de 3 milhões de inscritos. Se candidatou a deputado federal por São Paulo em 2022 e conseguiu se eleger ao receber 181.568 votos pelo Progressistas. Sendo o 24ª mais votado.
Ele já se envolveu em diversas polêmicas, como acusações de xingar colegas e simular operações para se promover. Em sua atuação na Polícia Civil, Carlos Alberto passou por delegacias especializadas em investigar invasões de domicílio na capital paulista.
Na Grande São Paulo ele coordenou operações para prender acusados de integrar a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) na região. Também investigou tráfico de drogas em São Bernardo do Campo.

Polêmicas - Em julho de 2021, Da Cunha participou do podcast Flow junto com o vereador e ex-PM Gabriel Monteiro (PSD), e na ocasião, ele falou "que há grande corrupção no alto escalão da PM do Rio de Janeiro". Em seguida, ele chamou policiais civis com mais de 55 anos de “ratos” e “raposonas”. A corporação alegou que ele havia usado “linguagem inadequada” e feito “comentários depreciativos à imagem institucional”. Ele foi afastado das ruas e teve que entregar a arma, o distintivo e as algemas.
Carlos Alberto se envolveu em outra polêmica na mesma época ao publicar uma foto como se estivesse sozinho deflagrando uma operação na Cracolândia, área controlada pelo PCC e ocupada por dependentes químicos. Porém, a ação nunca aconteceu oficialmente. Essa situação causou incômodo na cúpula da Polícia Civil. Ainda em 2021, ele pediu licença de dois anos da Polícia Civil e, em setembro, durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube, confessou que encenou o vídeo do flagrante uma ação de resgate em um cativeiro localizado na favela Nhocuné, zona leste de São Paulo, em julho de 2020. A vítima havia sido resgatada por outros policiais.

Investigado - O delegado Da Cunha chegou a ser indiciado pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo por crime de peculato por supostamente usar a estrutura policial para se promover e gravar vídeos de operações oficiais que foram exibidos em suas redes sociais particulares, como no YouTube.
A investigação apontou que o delegado pagava até R$ 14 mil por mês para a equipe de filmagem. Apesar disso, a ação foi arquivada a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Também foi investigado por uma suposta lavagem de dinheiro. O processo administrativo tratava de uma possível tentativa de ocultar o recebimento, pagos a ele por um empresário do ramo de sucatas, no valor de quase R$ 500 mil. Ainda foi alvo de um inquérito do Ministério Público, que apurava possível enriquecimento ilícito. O governador Tarcísio Freitas (Republicanos) resolveu devolver o distintivo e a arma ao deputado federal em julho de 2023

Violência doméstica - A companheira do parlamentar acusa-o de espancá-la e bater a sua cabeça na parede até ela desmaiar. O crime aconteceu em um condomínio no bairro Aparecida, em Santos, no litoral paulista. A mulher relatou à Polícia Civil que tem união estável com o deputado há três anos e mora junto com ele. O policial também teria quebrado os óculos da nutricionista e atirado cloro em suas roupas. O deputado federal nega o crime. Betina solicitou medida protetiva e registrou o boletim de ocorrência no último domingo, na Delegacia de Defesa da Mulher, em Santos, localizado no litoral de São Paulo.
Ela afirma também que ele atacou sua honra, chamando-a de "putinha" e "lixo" após ingerir bebida alcoólica. Quando ela acordou, jogou um secador de cabelos na cabeça de Da Cunha. Ela acusa o youtuber de lesão corporal, ameaça, injúria e violência doméstica.
A Justiça deferiu uma medida protetiva contra o delegado e deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), após acusação de agressão contra a companheira. A aplicação das medidas cautelares previstas na Lei Maria da Penha foram deferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), após grande repercussão do caso, que tramita em segredo de Justiça. Deste modo, Da Cunha está proibido de se aproximar do apartamento em que morava com Betina, devendo contatar uma pessoa para retirar os objetos pessoais dele do local. Para além disso, o parlamentar deve manter-se afastado da nutricionista, sendo determinado um limite mínimo de distância entre ambos de 300 metros e não poderá manter contato com ela e com testemunhas por qualquer meio de comunicação e redes sociais. As determinações são válidas pelo prazo de 90 dias. 

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