Falso médico que levava vida de luxo no Ceará é indiciado por seis
crimes
Falso médico compartilhava fotos trabalhando em hospitais
O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, 38 anos, preso em março de 2023 em Fortaleza, por exercer de
forma ilegal medicina, foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará pelos crimes
de peculato, estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade de documento,
falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Thiago
Reges, que se apresenta nas redes sociais como Dr. Thiago, exibia uma vida de
luxo e colecionava fotos com famosos. Após a repercussão da prisão dele, as
imagens com artistas e em carros de luxo foram apagadas.
Segundo a
Polícia Civil, o inquérito que investigava o homem por exercício ilegal da
medicina foi concluído, levando Thiago a responder não só pelo crime em
questão, como por outros cinco, descobertos no decorrer das investigações.
Este ano,
Thiago concorreu para prefeito do município de Barreira, porém, no decorrer da
campanha renunciou e apoiou outro candidato, que foi eleito.
De acordo
com a denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça em março deste ano,
Thiago Reges falsificou o diploma de conclusão em curso de medicina pela
Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia.
Com isso,
ele entrou com um processo para revalidar o falso diploma pela Universidade
Estadual do Ceará (Uece).
Após a revalidação,
ele conseguiu registrar-se junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado do
Ceará (Cremec) em 7 de julho de 2020, se vinculou a uma cooperativa de saúde e
passou a atender ilegalmente em hospitais de Itapajé, Mulungu, Baturité e
Pentecoste, no interior do Estado.
Somente em
Itapajé, ele recebeu salário mensal de R$ 42.500. Já em Baturité, onde atuou
nas unidades Equipe de Saúde da Família do “Jordão” e como plantonista da
Unidade Municipal de Pronto Atendimento (UMPA), entre 27 de novembro de 2022 e
24 de março de 2023, ele recebeu o total de R$ 28.281,79.
Após a
descoberta de que o diploma de medicina apresentado a Uece era falso, o caso
foi denunciado na polícia, que passou a investigar Thiago. O falso médico
chegou a ser preso em 7 de fevereiro de 2022 e teve as credenciais no Cremec
suspensas, além de ser excluído dos quadros da cooperativa de saúde.
Patrimônio suspeito - Investigações
iniciadas em abril de 2022 apontaram que Thiago possui um patrimônio suspeito,
sem constatação da origem.
Conforme a
apuração da polícia, ele costumava se apresentar nas redes sociais como criador
de cavalos e negociante de gado. No entanto, os policiais averiguaram no haras
que ele frequentava que a única relação dele com o local seria o aluguel de uma
baia, pelo valor de R$ 400, para guardar um animal.
Em agosto
do mesmo ano, ele comprou à vista um veículo pelo valor de R$ 475 mil
registrado no nome da mãe dele, que é advogada.
Além disso,
chamou a atenção da polícia as idas frequentes dele ao aeroporto, sem receber ou
deixar alguém para embarque.
Outro ponto
destacado pela polícia é que o investigado também ia quase diariamente a caixas
eletrônicos para realizar depósitos, mesmo sem manter nenhuma atividade
comercial.
Condenado por rede de exploração sexual - Thiago Celso responde também por tráfico internacional de
mulheres, no Acre, e foi um dos alvos da Operação Delivery, que investigou uma
rede de prostituição e exploração sexual envolvendo mulheres maiores e menores
de idade, na capital do Acre, Rio Branco.
Em julho de
2013, ele foi condenado, com outros 14 denunciados, em decisão da 2ª Vara da
Infância e Juventude de Rio Branco na época, a 5 anos e seis meses, estando
atualmente em liberdade por obter habeas corpus.
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