Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi morto com ao menos 27 tiros
Grtizbach estava em negociação para nova delação premiada
contra o PCC
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi assassinado em um ataque a tiros no Aeroporto
Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana do estado, na
tarde da última sexta-feira (8). As informações são de que o homem estava em
negociação para um acordo de delação que envolvia a facção Primeiro Comando da
Capital, o PCC, e seria responsável pela morte de um dos integrantes da
organização criminosa.
Em 2021, Grtizbach foi acusado de ser o mandante da morte do traficante Anselmo
Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. O homem em questão era
apontado como o maior fornecedor de drogas do PCC.
O que se sabe sobre a morte - Gritzbach já havia feito delações em investigações sobre o Primeiro
Comando da Capital (PCC) e também era ameaçado pela facção. O empresário voltava
de Goiás com a namorada. Além disso, o empresário já havia sido acusado de ter
mandado assassinar um líder da organização criminosa, alegação que ele negava.
Segundo a perícia, foram pelo menos 27 disparos. Gritzbach foi atingido em
várias partes do corpo, como cabeça, tórax e nos braços.
Outras três pessoas foram atingidas durante a ação. Dois são motoristas de
aplicativo e outra é passageira que desembarcava no local.
Imagens do circuito de segurança do aeroporto registraram o crime. Nele,
dois homens desceram de um carro, na área de embarque e desembarque, e seguiram
para disparar contra o delator enquanto ele se preparava para entrar em um
veículo. Gritzbach tentou pular a mureta ao perceber a movimentação, mas acabou
alvejado pelos disparos.
Policiais têm celulares recolhidos - Quatro policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach tiveram os
celulares recolhidos pela Polícia Civil. Eles deveriam acompanhar o homem no
aeroporto de Guarulhos após a viagem.
Inicialmente, os policiais estavam em um veículo GM Trailblazer e um
Volkswagen Amarok, mas o segundo carro apresentou um problema mecânico, o que
impossibilitou a chegada ao local.
Apenas um deles seguiu no primeiro carro, enquanto os demais permaneceram
em um posto de combustível com o segundo veículo. Junto do único policial
também estavam o filho dele, de 11 anos, e um amigo de Gritzbach, de 23 anos.
Os policiais foram encaminhados para a 3ª Deatur, onde prestaram depoimento
e foram liberados em seguida.
Gritzbach negociava delação - Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte
Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli
Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em
2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela
facção.
Após sequestrá-lo, os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a
polícia, o motivo era o fato de que só Gritzbach sabia as chaves para o resgate
das criptomoedas - matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre.
Em setembro de 2023, ele negociou um acordo de delação com os promotores do
Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco), que concordou com a proposta. O
acordo foi homologado pela Justiça em abril de 2024.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa
do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu
informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e
Django.
Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de
Gritzbach, "com quem não mantém negócios há anos". E afirma que ele
foi "corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018.
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