A Justiça Estadual condenou 12 integrantes dos dois grupos criminosos a um total de 223 anos de prisão - 'Salves' atribuídos ao CV tinham ameaças ao Estado e a policiais
Polícia Civil descobriu que criminosos ligados a uma facção
utilizaram o nome de outro grupo criminoso em 'salves' nas redes sociais
Uma investigação da
Polícia Civil do Ceará (PCCE) descobriu que um braço da facção criminosa
paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) utilizou o nome da facção carioca
Comando Vermelho (CV), em "salves"
(mensagens de ordem) disparados pelas redes sociais, para atrair a atenção das
autoridades para o grupo rival, no Interior do Ceará. A Justiça Estadual
condenou 12 integrantes dos dois grupos criminosos a um total de 223 anos de
prisão.
A sentença foi proferida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas, no
dia 5 de dezembro deste ano, e foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico
(DJE) da última quarta-feira (11). Os 12 réus foram condenados pelos crimes de
integrar organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico e
devem cumprir a pena em regime fechado. Outros dois acusados pelos mesmos
crimes foram absolvidos.
33 anos de prisão foi a maior pena determinada pela Justiça no processo, para o
réu Alexandre da Silva Facundo,
conhecido como 'Godzila'. Segundo a investigação policial, ele é uma
liderança do PCC no Município de Ipu e foi o principal responsável pelos "salves" atribuídos ao CV, com
ameaças ao patrimônio público e a policiais. Por outro lado, Facundo foi
absolvido do crime de corrupção de menores.
Companheira de 'Godzila' e acusada de também integrar o PCC e de ajudar o
namorado nos crimes, Diana Nogueira
Costa foi sentenciada pela Justiça a 21 anos e 1 mês de prisão.
Os outros dez réus condenados são apontados pelos investigadores como
integrantes da facção Comando Vermelho. As penas impostas pela Justiça variaram
de 14 anos a 19 anos de prisão. A Polícia chegou ao grupo criminoso justamente
depois das mensagens ameaçadoras atribuídas ao CV serem publicadas nas redes
sociais.
Confira as penas individuais dos réus
Alexandre da Silva
Facundo: 33 anos de reclusão
Diana Nogueira Costa:
21 anos e 1 mês de reclusão
Antônia Jéssica Veras
Peres: 16 anos e 3 meses de reclusão
Emanuel Marcelio
Bernardo Peres: 18 anos e 11 meses de reclusão
Felipe Feitosa Roseno:
18 anos e 9 meses de reclusão
Francisco Alison do
Nascimento Silva: 14 anos e 10 meses de reclusão
Francisco Fábio Ribeiro
Cunha: 16 anos e 3 meses de reclusão
Gleison Rodrigues da
Silva: 14 anos e 10 meses de reclusão
Luis Antônio da Costa
Sampaio: 18 anos e 9 meses de reclusão
Maria Sueli Nonato
Torres: 16 anos e 3 meses de reclusão
Maiara Alves Pereira:
16 anos e 3 meses de reclusão
Paulo Ricardo Rodrigues
de Sousa: 18 anos e 9 meses de reclusão
Ameaças ao patrimônio público e a policiais - A morte de um líder da facção Comando Vermelho, em uma ação policial no
Município de Crateús, em setembro de 2021, virou motivo para uma página
denominada de 'Colecionador de Armas',
na rede social Facebook, fazer "uma publicação decretando um 'salve' na
cidade de Ipu, exigindo que criminosos ligados ao CV depredassem patrimônio
público do município, bem como, como forma de vingar a morte do prefalado
criminoso, matassem policiais e guardas
municipais da cidade".
A Polícia Civil aprofundou a investigação sobre a atuação do Comando
Vermelho em Ipu, identificou integrantes da facção e realizou uma operação no
Município para cumprir prisões e apreensões contra os suspeitos.
Em sentença - Os investigadores perceberam que o perfil 'Colecionador de Armas' tinha como "amigo", no Facebook, o perfil 'Restrito do Primeiro' - ligado ao Primeiro Comando da Capital - e chegaram a Alexandre da Silva Facundo, um chefe do PCC na região, como o autor das mensagens ameaçadoras atribuídas ao CV. A descoberta levou à deflagração da Operação Fake Threat contra as facções criminosas, na manhã de 28 de outubro de 2021.
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