O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do
prefeito reeleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo, conhecido como
Braguinha (PSB), e do seu vice Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, Gardel
Padeiro (Progressistas), acusados de abusar do poder político e econômico ao se
envolverem com integrantes de uma facção criminosa.
Segundo informações, a finalidade da aliança com a
criminalidades era de influenciar o voto dos eleitores e violar a normalidade e
legitimidade do último pleito.
O órgão também pediu a inelegibilidade dos dois eleitos, além da candidata
a vereadora Kylvia Maria de Lima
Oliveira (Progressistas), e dos servidores Francisco Leandro Farias de Mesquita e Francisco Edineudo de Lima
Ferreira, suspeitos de participarem das atividades ilegais. Até o momento,
eles ainda não foram citados pela Justiça Eleitoral.
Histórico - Em abril do ano
passado, Braguinha chegou a ser afastado da prefeitura por 180 dias, por
suspeitas de irregularidades em contratos para limpeza pública de Santa
Quitéria e abastecimento de veículos da cidade.
Em agosto do mesmo ano, porém, a Câmara dos Vereadores do município votou
pelo arquivamento do processo que poderia levá-lo à cassação. Apesar da decisão
dos vereadores locais, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE)
prorrogou o afastamento de Braguinha, que só retornou ao cargo em fevereiro
deste ano.
Ao decorrer do pleito deste ano, um integrante de facção criminosa foi
preso, suspeito de ameaçar eleitores para manipular votos.
Servidores de Santa Quitéria teriam ido ao RJ dar carro a
chefe de facção
Em pedido de cassação e inelegibilidade, MPE listou diversos
indícios que integrantes do Comando Vermelho agiram em prol da reeleição de
José Braga Barrozo, o Braguinha
Pichações com ameaças a eleitores de Tomás Figueiredo (MDB)
foram uma das formas que integrantes do CV atuaram nas eleições de Santa
Quitéria, conforme o MPE
Servidores da
Prefeitura de Santa Quitéria, município do Sertão dos Crateús, teriam ido até o
Rio de Janeiro (RJ) entregar um carro para o traficante Anastácio Pereira Paiva, conhecido como Doze ou Paulinho Maluco, apontado
como chefe do Comando Vermelho (CV) em diversos municípios da Região Norte do
Estado. Esse é um dos indícios apontados pelo Ministério Público Eleitoral
(MPE) que evidenciam o envolvimento do prefeito eleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB),
com integrantes da facção criminosa.
Conforme Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), apresentada pelo
MPE no último dia 18 de dezembro, dois funcionários que ocupam cargos
comissionados na Prefeitura de Santa Quitéria foram até o Rio em 19 de julho
deste ano.
O documento afirma que Francisco Edineudo de Lima Ferreira e Francisco Leandro
Farias de Mesquita partiram de Fortaleza a bordo de um veículo modelo
Mitsubishi Eclipse Cross. Em 21 de julho, os dois regressaram ao Ceará de
avião. O carro foi encontrado em 17 de dezembro último em uma casa que
pertenceria a Anastácio, na comunidade da Rocinha, durante uma operação que
visava, justamente, prender o traficante e outros faccionados cearenses
foragidos no Rio.
Francisco Edineudo de Lima Ferreira ocupa cargo de Coordenador do Gabinete do
Prefeito, enquanto Francisco Leandro Farias de Mesquita ocupa cargo de Assessor
Técnico no órgão municipal de trânsito, ambos foram nomeados por JOSE BRAGA
BARROZO. O MPE ainda menciona que Francisco Leandro foi preso em 2020, ocasião
em que foi descrito como "motoristas
da facção" e "responsável pelo transporte de drogas.
MPE anexou ainda listou uma série de ações criminosas realizadas por
integrantes do CV em Santa Quitéria visando influenciar as eleições municipais.
Eleitores foram coagidos através de áudios e mensagens no Whatsapp, assim como
pichações foram realizadas ameaçando eleitores do candidato Tomás Figueiredo
(MDB).
Funcionários da Justiça Eleitoral no município também foram ameaçados pelos
criminosos, afirma o MPE. Em 18 de setembro, um homem não identificado ligou
para o Cartório Eleitoral do município e afirmou que, se a Justiça não
“parasse” com as decisões contra os “irmãos” do CV, a unidade seria atacada e
pessoas seriam assassinadas.
O MPE ainda registrou que um homem foi encontrado morto em 3 de outubro, com
marcas de tiros, nas proximidades de um açude do distrito de Sangradouro. Ao
lado do corpo, haviam vários “santinhos”. O crime ainda não foi elucidado.
Ainda durante a campanha eleitoral, a Polícia Federal cumpriu mandados de
prisão preventiva e de busca e apreensão contra suspeitos de tentar interferir
no pleito. Em celulares que foram apreendidos, os policiais se depararam com
conversas de integrantes do CV planejando os ataques a opositores de Braguinha.
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