Um grupo de eleitores que comemorava a vitória do seu candidato teria arremessado pedras e garrafas contra os militares, como retaliação a uma abordagem policial
Composição da Polícia Militar realizava uma abordagem a
suspeitos, quando houve uma confusão com eleitores
Quatro policiais militares do Ceará, acusados de lesões corporais contra um homem e uma mulher, causadas por
tiros, foram absolvidos pela Justiça Estadual. Os disparos foram efetuados em
uma confusão com eleitores, que teriam arremessado pedras e garrafas contra os
PMs, no Município de Baixio, no Centro-Sul do Ceará, após a votação do primeiro
turno das Eleições 2020.
A sentença foi proferida pela Auditoria Militar do Estado do Ceará, na última
quarta-feira (11). Os soldados Antônio
Amisterran de Sousa, Isaías Gomes Silva, João Paulo Macêdo Saraiva e José
Ademir dos Santos Filho foram absolvidos de uma acusação de lesão corporal
grave e de uma lesão corporal leve, previstos no Código Penal Militar.
Conforme a sentença, o episódio aconteceu na noite de 15 de novembro de 2020.
"Os militares denunciados estavam de serviço no Destacamento Policial da
cidade de Baixio, quando alguns indivíduos passaram de moto em frente ao
destacamento, seguidos de barulhos que se assemelhavam a disparos de arma fogo,
ocasião em que os denunciados passaram a diligenciar a fim de alcançar os
indivíduos".
A composição policial realizou a abordagem aos suspeitos próximo de eleitores
que comemoravam a eleição do seu candidato. Um adolescente foi apreendido por
portar uma arma branca e por resistência à ordem policial.
A ação policial teria revoltado o grupo de eleitores que estava no local.
Segundo a sentença, "alguns populares que estavam nas imediações vieram ao
encontro dos policiais jogando garrafas e arremessando pedras, oportunidade em
que a composição reagiu efetuando vários disparos de arma de fogo, para o alto,
com o objetivo de dispersar a multidão".
12 tiros foram efetuados pelos policiais
militares, apontou a investigação. Sendo quatro disparos realizados pelo
soldado José Ademir Filho; três, tanto pelo soldado Antônio de Sousa como pelo
soldado Isaías Silva; e dois pelo soldado João Macêdo.
Apesar de os PMs dizerem que atiraram para o alto, uma mulher foi atingida
por um tiro na coxa esquerda, lesão que causou "incapacidade permanente
para as ocupações habituais por mais de 30 dias", segundo o Ministério
Público do Ceará (MPCE); e um homem foi lesionado no joelho, o que resultou em
"incapacidade para suas ocupações habituais por 90 dias".
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