domingo, 5 de janeiro de 2025

Professor é investigado por assédio sexual cometido contra aluna adolescente pelas redes sociais no Interior do Ceará

 A Seduc informou que afastou o profissional da escola em que a vítima estuda

O crime de assédio sexual é investigado pela Polícia Civil do Ceará, após pedido do Ministério Público

Um professor da rede estadual de ensino é investigado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por suspeita de assédio sexual contra uma aluna, de 16 anos, no Município de Iracema, no Interior do Ceará. O crime teria sido cometido a partir de mensagens enviadas pelo suspeito à adolescente, nas redes sociais.
A Polícia Civil confirmou, por nota, que "investiga um crime contra a dignidade sexual ocorrido no município de Iracema". O caso está a cargo da Delegacia Municipal de Iracema". 
A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que, "para garantir a preservação do espaço escolar, afastou o profissional da escola onde ocorreram os fatos". Uma sindicância foi aberta pela Secretaria para apurar a denúncia contra o professor, em âmbito administrativo.
O nome do professor não será publicado porque ele ainda não foi indiciado pela Polícia Civil e também para preservar a vítima, que tem menos de 18 anos.
A denúncia do assédio sexual chegou à direção da escola onde a jovem estudava, em agosto de 2024. A denúncia apontava que, no mês de julho último, o professor utilizou as redes sociais Instagram e WhatsApp para enviar mensagens "em horários inoportunos" para a aluna, que estava se sentindo perseguida.
A direção da escola recebeu "prints" das conversas entre o professor e a aluna. "Não lhe vejo com olhos de pais", disse o suspeito, à 1h58, na madrugada de um dia. Em outro momento, por volta de 0h10, o professor diz para a jovem que "mas, pelo que estou vendo, tu ia querer era tomar a minha namorada... Quando acabasse com ela, ia namorar com você".
Em uma mensagem enviada às 22h17, o professor pede para a estudante: "Se afoba não, gata. Relaxa. Chega aqui e dá um cheiro". A adolescente responde: "Me deixa em paz. Por favor". E o suspeito reage: "Calma. Estamos só conversando".
O professor também se declarou para a aluna. "Te amo", publicou em um 'story' da rede social Instagram. Após ser bloqueado no Instagram e no WhatsApp, ele enviou uma mensagem por SMS: "Já tá na hora de me tirar do castigo no Insta e no Zap né... Eu entendo que você nesse momento esteja organizando os seus sentimentos e a sua vida. Espero que no momento certo eu consiga me encaixar em sua trajetória, pois o que sinto por você vai além de um mero sentimento casual, é amor de verdade".

MPCE pediu abertura de inquérito policial - No dia 8 de novembro último, o Ministério Público do Ceará (MPCE) enviou um ofício urgente para a Polícia Civil, com documentos em anexo, para "requisitar a instauração de inquérito policial para apurar as condutas possivelmente criminosas ali noticiadas, assim o fazendo mediante realização das diligências investigativas pertinentes".
A Promotoria de Justiça de Iracema também solicitou que o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV), do MPCE, realizasse uma escuta especializada da adolescente vítima do crime; que a Seduc repassasse informações sobre os processos administrativos que o professor já respondia; e que o Conselho Tutelar de Iracema buscasse os colégios onde o suspeito trabalhava.
Já a Secretaria da Educação emitiu nota em que "repudia todo tipo de assédio, dentro ou fora do ambiente escolar. A Secretaria orienta que as denúncias sejam registradas por meio da Ouvidoria, pela Central 155, e através das autoridades legais. Para garantir a preservação do espaço escolar, afastou o profissional da escola onde ocorreram os fatos".

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