A suspeita teve a prisão preventiva convertida em prisão
domiciliar - Outros dois influenciadores detidos em Juazeiro do Norte tiveram a
prisão preventiva mantida
A influenciadora digital Victoria Oliveira foi uma das presas
na Operação Gizé, por suspeita de integrar uma associação criminosa que
divulgava jogos não autorizados no Brasil
A Operação Gizé,
deflagrada pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) na última quinta-feira (20),
desarticulou uma suposta quadrilha que cometia crimes relacionados a jogos de
azar - como o 'Jogo do Tigrinho'.
Entre os três influenciadores digitais presos no Ceará, está uma mulher que
teria movimentado mais de R$ 3 milhões
em 2 anos.
A movimentação financeira foi realizada pela influenciadora Victoria Haparecida de Oliveira Roza,
de 2023 para cá, em apenas uma conta bancária. Poucas horas após o cumprimento
do mandado de prisão preventiva contra Victória, a Justiça Estadual converteu a medida em prisão domiciliar, em razão da
influenciadora ser mãe de uma criança (menor de 12 anos).
Quem são os influenciadores presos - Outros dois influenciadores também foram presos em Juazeiro do Norte, na
Região do Cariri, no Ceará: Janisson
Moura Santos e Milena Peixoto Sampaio. Ao contrário de Victoria Oliveira, a
dupla teve a prisão preventiva mantida.
Mais três influenciadores digitais foram detidos, na Operação, nos
municípios de Bacabal (Maranhão), Feira de Santana (Bahia) e Manhuaçu (Minas
Gerais), com apoio das polícias locais. Além
das seis prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
7 veículos de luxo foram apreendidos com os suspeitos: três Jeep Compass,
dois Toyota Corolla, um Toyota SW4 Diamond e um Volkswagen Nivus. Bolsas de
marca, avaliadas em mais de R$ 10 mil, também foram retidas. E contas bancárias
dos suspeitos foram bloqueadas, por decisão da Justiça.
Como funcionava o esquema com plataformas chinesas - O delegado Giovani Moraes, da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte,
afirma que os influenciadores digitais investigados faziam divulgação de
plataformas de apostas chinesas, que não tinham autorização para funcionar no
Brasil. Um dos jogos divulgados era o
Jogo do Tigrinho. Cada publicação dos influenciadores, nas redes sociais,
rendia cerca de R$ 5 mil para os influenciadores.
E, a cada depósito dos seguidores na plataforma, os influenciadores também
ganhavam uma porcentagem. A investigação policial identificou prejuízos de até
R$ 20 mil para as vítimas.
Esses influenciadores digitais, inclusive, possuem grupos de WhatsApp, onde
eles fornecem dicas de horários que, em tese, pagariam mais (nos jogos),
fazendo que o apostador acredite que realmente aquele horário vai pagar. E ele
não vai pagar, porque não existe essa lógica. É um jogo de azar, que é feito para que sempre a banca tenha lucro, e
não o apostador.
Segundo o delegado Giovani Moraes, o esquema criminoso tinha como
"chefes" os chineses proprietários das plataformas de jogos online,
que pagavam aos influenciadores pela divulgação. Já os "agentes" eram
influenciadores brasileiros que tinham uma certa experiência e captavam outros
influenciadores para o negócio.
Os investigados podem ser responsabilizados pelos crimes de
associação criminosa ou por integrar organização criminosa, crime contra a
economia popular e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil irá
aprofundar as investigações, a partir do material apreendido e do levantamento
do sigilo bancário, para concluir o inquérito.
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