Ernandes Lopes Pereira tinha 75 anos, foi atendido, mas morreu no hospital - Ele foi condenado 13 anos e 9 meses de prisão pela morte do delegado Cid Júnior, ocorrida em 2008.
Procurador Ernandes Lopes Pereira (centro) foi preso por
matar delegado da polícia no Ceará em 2008
O procurador de Justiça
aposentado Ernandes Lopes Pereira,
condenado pela morte do delegado da Polícia Civil Cid Júnior, morreu no último domingo (9) em um hospital municipal
de Itaitinga, na Grande Fortaleza, após passar mal no presídio onde cumpria
pena. Ele tinha 75 anos e chegou a
ser preso quatro vezes pelo crime.
Conforme a Secretaria de Administração Penitenciária, o procurador aposentado
do Amapá teve um mal-estar por volta da meia-noite em sua cela no presídio Irmã
Imelda Lima Pontes, no município de Aquiraz.
Após ser levado à enfermaria da unidade, ele foi encaminhado com urgência para
o hospital municipal de Itaitinga, cidade vizinha. Ele recebeu atendimento
médico, mas por volta de 11 horas da manhã foi constatado o óbito.
De acordo com documentos médicos, nos últimos anos Ernandes estava com
problemas como diabetes, colesterol alto e pedras nos rins.
Em julho de 2024, os advogados de Ernandes entraram com um pedido para que ele
cumprisse a pena em prisão domiciliar, em razão dos problemas de saúde. O
pedido foi negado pela Justiça cearense, que observou que as doenças poderiam
ser tratadas dentro do sistema carcerário.
Delegado Cid Júnior, assassinado no Ceará em 2008
Condenação e fuga - O assassinato do
delegado Cid Júnior ocorreu em 13 de agosto de 2008. Na ocasião, o delegado foi
morto com um tiro na frente da mãe, no momento que visitava a casa de Ernandes
no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Cid e Ernandes eram amigos de infância.
As investigações apontaram que o ex-procurador do Amapá e o então delegado
passaram o dia juntos, conversando e bebendo. No início da noite, Ernandes
atirou contra Cid. Ernandes foi preso em flagrante pelo crime - a primeira prisão de quatro.
A defesa alegou que o disparo feito por Ernandes havia sido acidental e não
havia motivação para matar o delegado. Nos autos do processo, o procurador
alegou para a Justiça que o disparo ocorreu "sem querer", tese contestada pela Perícia Forense.
Ernandes foi condenado, em 2017, a 16 anos de prisão pela morte do delegado Cid
Peixoto do Amaral Júnior, de 60 anos. Ele recorreu em liberdade, mas em 2018, o
Tribunal de Justiça confirmou a condenação e estabeleceu a pena de 13 anos e 9
meses de prisão contra o procurador.
Ernandes era considerado foragido desde a condenação em segunda instância, em
2018. Em março de 2019, ele foi preso no Distrito Federal, a segunda prisão
pelo caso. Ele fugiu e foi recapturado, também no Distrito Federal, em março de
2021, a terceira prisão.
Ele ficou foragido uma terceira vez até ser localizado pela Polícia Civil, em
fevereiro de 2023. Quando os policiais tentaram prender o procurador, ele jogou
o carro contra os agentes e escapou.
Em agosto de 2023, os policiais encontraram o ex-procurador novamente, também
no Distrito Federal. Ele atirou contra os agentes, mas acabou preso pela quarta
vez. Desde então, Ernandes cumpria pena no presídio Irmã Imelda, em Aquiraz, no Ceará.
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