Mais de 100 km separam os dois principais responsáveis pelo abastecimento do Ceará
Vista lateral do sangradouro do açude Orós, cheio em abril de
2025
O maior e mais
importante rio do Ceará, o Rio Jaguaribe, tem em seu caminho dois reservatórios
gigantes: o Castanhão e o Orós. Este
último, segundo maior do Estado, voltou a sangrar após 14 anos no dia 26 de
abril e contribui diretamente para o abastecimento do maior.
A água do Orós é levada ao Jaguaribe por meio de um sistema construído e, a
partir dele, também chega ao maior açude do Estado, o Castanhão. Os dois reservatórios também são o primeiro
e terceiro maiores do Brasil, respectivamente. Essa transferência de água
ocorre constantemente, desde que o Orós não chegue ao volume morto, mas quando
ele está com alto volume, transbordando, há um incremento na quantidade desse
envio.
Atualmente, o Orós envia 793 litros por
segundo para perenizar o rio (tornar permanente), de acordo com o Portal
Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
O Jaguaribe é um rio temporário e costuma secar em períodos de estiagem.
Portanto, depende de obras hidráulicas para permanecer correndo ao longo de
todo o ano. O curso d’água nasce numa
região entre os municípios de Tauá e Parambu e recebe recarga de diversos
afluentes, como o Trici, o Jucás, o Bastiões e o Trussu.
No entanto, a água não fica represada no Orós (cuja capacidade é de 1,9 bilhão
de metros cúbicos). Durante o ano todo, desde a década de 1980, uma válvula
dispersora direciona a água do reservatório para o leito do Jaguaribe.
Assim, a válvula do Orós pereniza o rio Jaguaribe em mais de 100 quilômetros,
até chegar ao gigante cearense, o Açude Castanhão, capaz de armazenar 6,7
bilhões de metros cúbicos de água. Atualmente,
ele está com 30% do volume total (cerca de 2 bilhões de m³).
O Orós foi o sexto açude da bacia do Alto Jaguaribe a verter em 2025,
comprovando boas chuvas na região. 70 MIL pessoas são beneficiadas pela sangria
do Orós, conforme a Cogerh.
VÉU DE NOIVA - A válvula dispersora
que destina a água para o Jaguaribe é também conhecida como “véu de noiva”, pelo formato dos jatos
que se assemelha a uma grinalda. Além de liberar o recurso para o rio, as
bombas têm função ecológica porque retiram águas profundas do açude, impedindo
o acúmulo de resíduos e favorecendo a oxigenação.
Além de utilizar o véu de noiva, o açude desempenha um papel estratégico no
abastecimento de três hidrossistemas da região: Orós–Feiticeiro, Orós–Lima Campos e Orós–Jaguaribe, essenciais para
o fornecimento de água para consumo humano e irrigação, geralmente por adutoras
e canais.
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