Programa Operação Carro-Pipa atende comunidades do semiárido nordestino em situação de emergência por causa da seca.
Na pequena comunidade
de Serrote Branco, localizada na zona rural de Quixadá, no Sertão Central do
Ceará, a vida é medida em baldes. É deles que sai a água para lavar a louça,
preparar a comida, dar de beber aos animais e tentar manter a dignidade em meio
à escassez.
De 2023 a 2024, mais de 500 municípios foram atendidos pelo programa, segundo o
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Atualmente, a operação
abastece cerca de 34 mil cisternas coletivas, beneficiando mais de 1,5 milhão
de pessoas todos os meses.
Mas o que é vital para uns, muitas vezes não recebe a prioridade devida. Em
março deste ano, o programa foi suspenso em diversas localidades devido a
problemas orçamentários e atrasos nos repasses ao Exército Brasileiro,
responsável pela execução. Em fevereiro, pipeiros protestaram exigindo o
pagamento de salários atrasados desde o ano anterior.
A situação em Serrote Branco se agravou nos últimos anos. De acordo com os
moradores, a comunidade ficou três anos sem receber água regularmente da
Operação Carro-Pipa. Nesse período, a sobrevivência foi um desafio diário.
A operação foi retomada no início de abril de 2025, com previsão de
funcionamento por mais 180 dias, mas a incerteza ainda paira sobre o futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário