sexta-feira, 2 de maio de 2025

Conclave - Bombeiros instalam chaminé que vai comunicar a escolha do novo papa, na Capela Sistina

O Papa Francisco morreu aos 88 anos de idade, no último dia 21 de abril - O sucessor será escolhido ainda este mês.

Bombeiros do Vaticano instalaram nesta sexta-feira (2) a tradicional chaminé no telhado da Capela Sistina, um dos símbolos mais emblemáticos do processo de escolha do novo papa. A estrutura, visível da Praça de São Pedro, será o canal de comunicação entre o conclave e o mundo, sinalizando por meio da fumaça o resultado das votações secretas que definirão o sucessor de Francisco, falecido em 21 de abril.
A instalação marca o início dos preparativos para o conclave, que reunirá 133 cardeais a partir de 7 de maio. Durante o processo, os cardeais votantes depositarão cédulas em um fogão especial. Se não houver consenso, a fumaça preta será liberada pela chaminé, indicando ao público que nenhum candidato atingiu a maioria de dois terços dos votos. Quando o novo papa for finalmente escolhido, a fumaça branca anunciará a decisão, seguida pelo tradicional anúncio “Habemus Papam” e a primeira aparição pública do pontífice na varanda central da Basílica de São Pedro.
A chaminé instalada conecta dois fogões: um histórico, de ferro fundido, utilizado desde 1939 para queimar as cédulas, e outro mais moderno, responsável pela produção das cores da fumaça por meio de compostos químicos específicos. O sistema foi aprimorado ao longo dos anos para garantir maior clareza na comunicação do resultado, sendo complementado, desde 2005, pelo toque dos sinos para reforçar o anúncio da fumaça branca.
O conclave será realizado sob rígido sigilo, com os cardeais isolados e proibidos de qualquer contato externo. A expectativa é de que milhares de fiéis se reúnam na Praça de São Pedro e milhões acompanhem o desenrolar da eleição pela mídia internacional.

Papa Francisco - O Papa Francisco, o primeiro pontífice da América Latina e o primeiro jesuíta a assumir o trono de São Pedro, morreu aos 88 anos de idade, no último dia 21 de abril. Jorge Mario Bergoglio, que se tornou o 266º Papa em 2013, foi um líder carismático e inovador, conhecido por sua abordagem acessível e por seu compromisso com questões sociais e ambientais. A partida do líder da Igreja Católica deixa um legado complexo e multifacetado.
Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, foi o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica, desde sua eleição em 2013. Seu nome foi escolhido em homenagem a São Francisco de Assis. Defensor dos refugiados, dos sem-teto e do meio ambiente, Francisco realizou 47 viagens internacionais, visitando favelas e regiões periféricas, na intenção de aproximar a Igreja das comunidades excluídas.
Além disso, Francisco buscou o diálogo inter-religioso, encontrando-se com líderes judeus, muçulmanos e ortodoxos, e foi o primeiro Papa a visitar a Península Arábica, onde assinou um documento histórico com líderes muçulmanos em 2019.

O legado - Desde sua eleição, o Papa Francisco foi visto como uma figura que buscava reformar a Igreja Católica, trazendo uma nova perspectiva sobre temas que antes eram considerados tabus. Ele enfatizou a importância da misericórdia, da justiça social e do cuidado com o meio ambiente, refletindo em suas encíclicas como Laudato si’, que abordou a crise climática e a responsabilidade humana em cuidar da Terra. A mensagem do pontífice de inclusão e acolhimento ressoou profundamente entre os fiéis e aqueles que se sentiam marginalizados pela Igreja.
Francisco também foi um defensor dos direitos dos imigrantes e refugiados, frequentemente visitando comunidades vulneráveis e falando sobre a necessidade de compaixão e solidariedade. A famosa visita à ilha de Lampedusa, onde muitos imigrantes desembarcam na Europa, simbolizou seu compromisso com os mais necessitados. Ele ainda buscou humanizar a imagem da Igreja, afastando-se de uma postura conservadora que predominou em décadas anteriores.

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