O ex-presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco, era um dos alvos
A Polícia Federal (PF) revelou nesta
quarta-feira (28) a existência de uma organização criminosa estruturada para
cometer assassinatos por encomenda e monitoramento
ilegal de autoridades. Formado por militares da ativa, da reserva e civis,
o grupo mantinha uma agência clandestina de espionagem e extermínio,
com atuação em diferentes estados do país. Cinco mandados de prisão foram
cumpridos nesta fase da operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Cristiano Zanin.
A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto
Zampieri, morto a tiros em Mato Grosso. No celular da vítima, os
investigadores encontraram registros de negociações envolvendo venda de
sentenças judiciais, com menções a juízes de diversos
tribunais e gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As apurações apontaram para a existência de uma facção com atuação paralela,
voltada ao homicídio de alvos selecionados.
O grupo operava com métodos sofisticados. Utilizava drones e prostitutas para
espionar adversários e mantinha uma tabela de preços conforme o perfil da
vítima: R$ 50 mil por pessoas comuns, R$ 100 mil por
deputados, R$ 150 mil por senadores e ministros do STJ,
e R$ 250 mil por ministros do STF.
Chamado internamente de "Comando C4"
- sigla para "Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos" -,
o grupo tinha entre seus alvos o ex-presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), classificado em anotações como "alvo de interesse". Segundo a PF, ainda não está claro se
havia um plano de execução ou apenas monitoramento, mas o material apreendido
indica vigilância sistemática sobre autoridades dos Três Poderes.
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