sexta-feira, 9 de maio de 2025

PMs presos pela morte de empresário em Fortaleza já respondiam a crimes - Saiba quem são os agentes

Um dos suspeitos já teria participado de uma tentativa de assassinato na mesma região na qual o dono da rádio foi morto.

Vinícius Cunha Batista foi morto a tiros quando saía de uma padaria no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza

Dois dos três policiais militares presos por envolvimento na morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista já respondiam por outros crimes, incluindo homicídios. Os PMs detidos na condição de investigados são Wellington Xavier de Farias, Rodrigo Aguiar Braga e Rebeca Júlia de Almeida Canuto.
Vinícius Cunha Batista foi morto a tiros quando saía de uma padaria no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza. No local foram encontradas munições calibre 9 milímetros, Ponto 40 e 380.
Rodrigo e Rebeca
são atualmente lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (Bepi), enquanto Wellington atua no 19º Batalhão de Policiamento Militar. A Polícia não divulgou informações sobre o que motivou o crime ou se os agentes teriam sido contratados para 'executar o serviço'.
Os três policiais estão na condição de investigados por suspeita de participação no crime. Os mandados contra os militares são de prisão temporária.

HOMICÍDIOS E TORTURA - O soldado Wellington Farias responde criminalmente por um duplo homicídio e tortura, com desaparecimento de vítima, enquanto o cabo Rodrigo Aguiar tem antecedentes criminais por tentativa de homicídio e participação no motim de PMs, no ano de 2020.
Já a soldado Rebeca Almeida chegou a ser investigada no ano passado por um extravio de arma de fogo e munições de um militar, na Caucaia. Recentemente, a Justiça Militar decretou extinta a punibilidade neste caso. Os suspeitos já estão detidos no presídio militar

CRIMES ANTERIORES - O soldado Wellington e outros agentes respondem por um duplo homicídio na cidade de Tamboril, no Interior do Ceará. De acordo com documentos, os militares estavam de serviço quando receberam uma denúncia anônima indicando o transporte de um carregamento de drogas, por um mototaxista.
Os militares dizem ter revidado o ataque, ficando feridos os dois suspeitos, que chegaram a ser encaminhados ao hospital em Tamboril, mas não resistiram aos ferimentos.
O outro crime foi notificado como tortura, seguida de desaparecimento da vítima, em Camocim, também no Interior.
Na ficha do cabo Rodrigo Aguiar Braga consta uma tentativa de homicídio ocorrida em Fortaleza, na mesma região na qual o empresário foi assassinado. De acordo com a investigação, no ano de 2020, Rodrigo foi contratado pelo ex-chefe da vítima para cometer o homicídio.
A vítima, de identidade preservada, estava em uma oficina, quando dois homens armados desembarcaram de um carro e atiraram. O sobrevivente reconheceu o PM Aguiar como um dos autores do disparo. O processo segue em andamento.
Ainda no ano de 2020, segundo a acusação, Rodrigo foi fotografado, fardado, no 18º BPM, no bairro Antônio Bezerra, participando do motim.

INVESTIGAÇÃO DA MORTE DO DONO DA RÁDIO - Foi o governador do Ceará, Elmano de Freitas, quem anunciou as prisões dos PMs, na manhã desta sexta-feira (9). O governador do Ceará falou sobre punir quem for necessário em prol da segurança do Estado. "Não deixaremos crimes impunes e prenderemos quem quer que seja, um a um, para garantir mais segurança e justiça para nossa população".
A família da vítima disse, por meio da sua assessoria jurídica, que a esposa de Vinícius desconhece "eventual motivação do crime, cabendo às autoridades policiais o trabalho de investigação e, certamente, de punição" e que confiam" no trabalho das autoridades, resta a imensa dor da perda e a saudade, pelo que se requer respeito em razão do delicado momento do luto".
Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de uma reunião na padaria. O empresário tinha completado 47 anos na data do assassinato.
Além de sócio-proprietário do Sistema Uirapuru de Comunicação, a vítima também era sócio-diretor da Provale Energia e Grupo Reluz, com sede em Limoeiro do Norte. Segundo fonte, as empresas de energia de Vinícius costumavam concorrer em processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado, no ramo de iluminação pública.

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