Imagem da mão de cardeal repousando sobre um livro em um altar, representando o juramento dos cardeais para o início do Conclave
O conclave que vai eleger o sucessor do Papa Francisco começa nesta
quarta-feira (7), na Capela Sistina, na Cidade do Vaticano, e deve durar poucos
dias, a exemplo das últimas edições, que não ultrapassaram cinco dias de
deliberação.
Embora não haja uma previsão oficial da Santa Sé, há expectativa de que
o processo seja breve, especialmente devido ao Jubileu em curso. No entanto,
parte dos cardeais admite que o tempo pode se estender, diante da diversidade
de origens e da necessidade de conhecer melhor os colegas antes de decidir o
futuro da Igreja.
Durante o conclave, os cardeais eleitores ficam isolados e sem
comunicação com o mundo exterior. Para um novo papa ser eleito, é necessário
alcançar dois terços dos votos. Com 133
cardeais confirmados para o processo, o novo papa precisará de ao menos 89 votos.
A cerimônia litúrgica que marca o início do conclave, a missa "pro eligendo Pontifice", será
celebrada às 10 horas (horário local). A reunião dos cardeais ocorre sob forte
simbolismo espiritual: eles pedem orientação ao Espírito Santo para que a escolha
ocorra conforme a vontade divina.
Como funciona a votação - O sistema de votação prevê até quatro
escrutínios por dia - dois pela manhã e dois à tarde. Caso nenhuma escolha se
concretize até a 33ª ou 34ª votação, o processo entra em um segundo turno entre
os dois mais votados. Ainda assim, permanece a exigência da maioria de dois
terços.
Os votos são secretos, depositados em cédulas oficiais e incinerados
após cada rodada. A fumaça preta indica que ainda não há decisão; a branca
anuncia: Habemus Papam ("Temos um
Papa", em latim).
Conclaves históricos: de poucos dias a quase três anos - Apesar da agilidade dos conclaves recentes - o de Bento XVI, em 2005, durou apenas dois dias - nem sempre foi assim. A eleição papal mais longa da história ocorreu após a morte do papa Clemente IV, em 1268, e durou 2 anos, 9 meses e 2 dias. A população chegou a trancar os cardeais no palácio dos papas, em Viterbo, e até remover o telhado do edifício. O eleito, Gregório X, estava na Terra Santa quando foi escolhido.
Regras atuais - As normas que regem o conclave hoje foram
instituídas pelo papa João Paulo II, em 1996, na constituição Universi Dominici
Gregis, com alterações feitas por Bento XVI em 2013. Entre as exigências, está
a realização obrigatória do conclave na Capela Sistina e o sigilo absoluto
sobre tudo o que ocorre durante as sessões.
O atual Colégio dos Cardeais é o mais geograficamente diverso da história, com
133 cardeais de 71 países participando da votação. A maioria - 108 - foi
nomeada pelo papa Francisco. A pluralidade geográfica e cultural pode tornar o
processo mais longo, segundo alguns cardeais, mas também amplia a
representatividade global da Igreja Católica.
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