O cabo Rodrigo Aguiar Braga também é investigado pela morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista.
Quase cinco anos após
uma tentativa de homicídio no bairro Luciano Cavalcante, um empresário e um
policial militar foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará por meio da
Delegacia de Assuntos Internos (DAI). O
PM é Rodrigo Aguiar Braga, com nome conhecido pelas autoridades por estar
envolvido em outros crimes contra a vida, sendo conhecido como 'matador de aluguel'.
De acordo com relatório da DAI, Rodrigo foi contratado pelo empresário Francisco Alan de Almeida Vasconcelos para
assassinar um ex-funcionário dele: "a investigação revelou que Alan teria
solicitado a Rodrigo que 'resolvesse' a situação, o que culminou na tentativa
de execução da vítima".
CONTRATADO PARA MATAR - O cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi preso já neste ano pela morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista, executado quando saía de uma padaria na mesma região do crime anterior. Rodrigo também é suspeito pelo homicídio da servidora pública da Prefeitura do Eusébio, Maria Madalena Marques Matsunobu, de 64 anos.
O PM também estaria envolvido em outros crimes, incluindo os
que vitimaram Vinícius e Maria Madalena
No dia 28 de outubro de
2020, o militar teria efetuado quatro disparos contra um adolescente de 17
anos, a mando do ex-patrão da vítima. O jovem estava em uma oficina quando foi
surpreendido pelos disparos. Foi atingido, socorrido, internado e sobreviveu ao
ataque.
A tese de que Alan teria ordenado o crime foi reforçada quando o sobrevivente
contou às autoridades que dias antes foi ameaçado por Francisco Alan.
A vítima diz que ouviu do ex-patrão: "eu tenho vários policiais que fazem
o serviço para mim", frase que foi interpretada como "uma ameaça
velada e indicativa de que o crime foi praticado mediante paga ou promessa de
recompensa".
A motivação do crime, segundo a vítima e testemunhas, estaria relacionada a
desavenças pessoais. As testemunhas apontaram Francisco Alan como o suspeito de
ordenar o crime, em razão de um envolvimento amoroso do rapaz com a enteada do
empresário e de um furto ocorrido na oficina de propriedade do empresário, onde
o adolescente trabalhava.
O empresário estaria acusando o ex-funcionário de cometer o roubo e o
perseguindo, segundo familiares do jovem. Já o policial militar Rodrigo Braga
teria procurado o adolescente no novo local de trabalho, por alguns dias antes
da tentativa de homicídio e passado a monitorar a rotina da vítima.
CÂMERAS E LAUDOS - No decorrer da
investigação, a DAI analisou câmeras de segurança e laudos das mídias
audiovisuais que captaram a chegada e a fuga dos autores do crime em um veículo
Volkswagen Gol de cor escura, compatível com a descrição fornecida pelas
testemunhas.
Para a Polícia Civil,
Francisco Alan se revelou como "o único indivíduo com motivação concreta e
relevante para desejar a eliminação da vítima, reunindo, ademais, os meios
necessários à consumação do crime, notadamente em razão da estreita relação de
confiança que mantinha com o executor, descoberto como integrante de um grupo
de policiais que matava por dinheiro".
ASSASSINATOS - O militar está preso desde
o dia 9 de maio deste ano de 2025, em razão de um mandado de prisão relacionado
à morte de Vinícius Batista. Dias antes, Rodrigo também teria participado do
homicídio de Maria Madalena Marques Matsunobu, funcionária da Secretaria da
Cultura do Eusébio e presidente da Associação de Artesãos do Eusébio (Aarte).
Ela morava sozinha, e teve a casa invadida e foi assassinada enquanto
dormia, na madrugada de 5 de abril de 2025, no Eusébio, Região Metropolitana de
Fortaleza.
A ação criminosa foi silenciosa: o criminoso arrombou a porta da casa, foi
até o quarto da idosa e efetuou os disparos para matá-la. Depois, ele fugiu.
Já a execução de Vinícius Cunha Batista aconteceu no último dia 30 de
abril. No local, foram encontradas munições calibre 380. Além de Rodrigo foram
presos outros dois PMs sob suspeita de matar o empresário: os soldados Rebeca
Júlia de Almeida Canuto e Wellington Xavier de Farias.
Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de uma
reunião na padaria. O empresário tinha completado 47 anos na data do
assassinato.
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