O prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola (PSB), e o
vice-prefeito, Solano Feitosa (PSB), foram eleitos no ano passado e agora são
alvos de investigação
Prefeito Moésio Loiola e vice-prefeito Solano Feitosa
A Polícia Federal (PF)
indiciou o prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola (PSB), e o vice-prefeito,
Solano Feitosa (PSB), por supostos crimes eleitorais praticados durante a
campanha do ano passado. Eles também são investigados por associação criminosa
e falsidade ideológica. Além dos mandatários, o cerco dos investigadores apura
condutas praticadas por outras 13 pessoas. Em nota, os políticos negaram o
envolvimento em ilícitos eleitorais, disseram confiar na Justiça e fizeram um
alerta sobre supostas informações falsas.
As investigações começaram a partir da prisão em flagrante, no último dia 6 de
outubro de 2024, de sete pessoas. O grupo foi interceptado quando se deslocava
por assentamentos federais no distrito de Carmelópolis, na zona rural de Campos
Sales. Eles estariam envolvidos na compra de votos e coação de eleitores
durante aquele pleito.
Investigação - Entre os presos estavam
um policial militar e um policial civil armados. A PF ainda apreendeu R$ 29,2
mil em cédulas de R$ 100, “santinhos”
de campanha, veículos e oito aparelhos celulares. Os homens foram detidos por
crimes de corrupção e coação eleitoral, além de associação criminosa - neste
crime, apenas os civis foram indiciados.
De acordo com as investigações, a base do esquema era a captação ilícita de
votos, seja por meio da compra ou da intimidação dos eleitores. Inicialmente, o
grupo se deslocava em comboios de veículos, inclusive com a presença de
policiais militares e civis armados que atuavam na segurança privada. Nas
visitas aos eleitores, principalmente na zona rural, os homens ofereciam
dinheiro, cesta básica, quitação de contas, serviços médicos e até
abastecimento de água em troca de votos.
Conversas encontradas
pelos investigadores em celulares apreendidos reforçaram o rol de provas contra
os suspeitos. Conforme o relatório, havia negociação explícita de votos em
troca de favores, como a troca de seis votos pelo suporte a uma pessoa
hospitalizada e quatro votos pelo pagamento de um exame de ecocardiograma.
A PF aponta ainda que a presença de policiais armados junto ao grupo também
oferecia vantagens indevidas, intimidando e coagindo eleitores. Os policiais
federais também receberam relatos de agressões físicas contra moradores da
região. Parte do grupo também é acusada de ameaça.
O inquérito aponta ainda a prática de falsidade ideológica eleitoral, conhecida
como “caixa dois”. Segundo a PF, os
recursos referidos nos diálogos e utilizados na campanha, especialmente para a
compra de votos e a aquisição de cestas básicas, indicam o uso de valores não
declarados e financiamento indevido de campanha.
Os agentes ainda identificaram "transações
financeiras atípicas" e "relevante quantidade de saques em
espécie" no período eleitoral.
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