quinta-feira, 5 de junho de 2025

PF indicia prefeito, vice e 13 pessoas de Campos Sales por crimes eleitorais

O prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola (PSB), e o vice-prefeito, Solano Feitosa (PSB), foram eleitos no ano passado e agora são alvos de investigação

Prefeito Moésio Loiola e vice-prefeito Solano Feitosa

A Polícia Federal (PF) indiciou o prefeito de Campos Sales, Moésio Loiola (PSB), e o vice-prefeito, Solano Feitosa (PSB), por supostos crimes eleitorais praticados durante a campanha do ano passado. Eles também são investigados por associação criminosa e falsidade ideológica. Além dos mandatários, o cerco dos investigadores apura condutas praticadas por outras 13 pessoas. Em nota, os políticos negaram o envolvimento em ilícitos eleitorais, disseram confiar na Justiça e fizeram um alerta sobre supostas informações falsas.
As investigações começaram a partir da prisão em flagrante, no último dia 6 de outubro de 2024, de sete pessoas. O grupo foi interceptado quando se deslocava por assentamentos federais no distrito de Carmelópolis, na zona rural de Campos Sales. Eles estariam envolvidos na compra de votos e coação de eleitores durante aquele pleito.

Investigação - Entre os presos estavam um policial militar e um policial civil armados. A PF ainda apreendeu R$ 29,2 mil em cédulas de R$ 100, “santinhos” de campanha, veículos e oito aparelhos celulares. Os homens foram detidos por crimes de corrupção e coação eleitoral, além de associação criminosa - neste crime, apenas os civis foram indiciados.
De acordo com as investigações, a base do esquema era a captação ilícita de votos, seja por meio da compra ou da intimidação dos eleitores. Inicialmente, o grupo se deslocava em comboios de veículos, inclusive com a presença de policiais militares e civis armados que atuavam na segurança privada. Nas visitas aos eleitores, principalmente na zona rural, os homens ofereciam dinheiro, cesta básica, quitação de contas, serviços médicos e até abastecimento de água em troca de votos.
Conversas encontradas pelos investigadores em celulares apreendidos reforçaram o rol de provas contra os suspeitos. Conforme o relatório, havia negociação explícita de votos em troca de favores, como a troca de seis votos pelo suporte a uma pessoa hospitalizada e quatro votos pelo pagamento de um exame de ecocardiograma.
A PF aponta ainda que a presença de policiais armados junto ao grupo também oferecia vantagens indevidas, intimidando e coagindo eleitores. Os policiais federais também receberam relatos de agressões físicas contra moradores da região. Parte do grupo também é acusada de ameaça.
O inquérito aponta ainda a prática de falsidade ideológica eleitoral, conhecida como “caixa dois”. Segundo a PF, os recursos referidos nos diálogos e utilizados na campanha, especialmente para a compra de votos e a aquisição de cestas básicas, indicam o uso de valores não declarados e financiamento indevido de campanha.
Os agentes ainda identificaram "transações financeiras atípicas" e "relevante quantidade de saques em espécie" no período eleitoral.

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