Foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, o que inclui o parlamentar.
Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, mais conhecido como o
deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), foi alvo nesta
terça-feira (8) de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga fraudes
em licitações em cidades do Ceará. Saiba
mais sobre o parlamentar e a trajetória política dele.
Júnior Mano nasceu em Nova Russas, no interior do Ceará, em 16 de abril de
1985. Iniciou a vida pública em sua cidade natal, tendo sido eleito
vice-prefeito em 2016. Dois anos depois, em 2018, foi eleito deputado federal
pelo Ceará, com 67.917 votos, tomando posse em 1º de fevereiro de 2019. Durante
seu primeiro mandato, integrou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Em 2022, conseguiu a reeleição para deputado federal, conquistando 216.531
votos, tornando-se o segundo deputado mais votado no Ceará naquele pleito,
atrás apenas de André Fernandes (PL).
Ele, inclusive, se elegeu em 2022 pelo mesmo partido de Fernandes, o PL
(Partido Liberal) do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não permaneceu na sigla por
muito tempo, no entanto, tendo sido expulso dois anos depois. A expulsão
ocorreu após ele apoiar e atuar na campanha de Evandro Leitão (PT) para a
Prefeitura de Fortaleza, que disputava a vaga com André Fernandes,
correligionário do PL. Atualmente, ele está filiado ao Partido Socialista
Brasileiro (PSB), que no Ceará atua sob o senador Cid Gomes.
Em 2021, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) o declarou inelegível
por oito anos, devido a um processo por abuso de poder político nas eleições
municipais de 2020. Contudo, essa decisão foi revertida pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), garantindo sua elegibilidade e permitindo sua reeleição em
2022.
Operação da PF - A Polícia Federal (PF)
deflagrou nesta terça-feira (8) a Operação Underhand, para investigar fraudes
em licitações no Ceará - com um dos mandados de busca e apreensão tendo sido
cumprido no gabinete do deputado federal cearense Júnior Mano (PSB), em Brasília.
A operação faz parte de uma investigação sobre uma organização criminosa
suspeita de desviar recursos públicos para financiar campanhas eleitorais
municipais realizadas em 2024 no estado cearense.
Além do gabinete do parlamentar, a ação ocorre em cinco municípios do
Ceará: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, onde também foram
cumpridos mandados em locais vinculados a outros cinco investigados. Ao todo, a
Polícia Federal executa 15 mandados de busca e apreensão autorizados pelo
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação
contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
Operação criminosa - O núcleo investigado é
suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a municípios
cearenses em troca de contrapartidas financeiras, além de influenciar
procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo criminoso.
Foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de
pessoas físicas e jurídicas investigadas, com o objetivo de parar a
movimentação de valores de origem ilícita.
As condutas dos suspeitos envolvem os crimes de organização criminosa,
captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com
fim eleitoral. Até o momento, ninguém foi preso em decorrência da operação.
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