quarta-feira, 2 de julho de 2025

Vereador réu por torturar e agredir ex-namorada volta ao mandato no Ceará - Vítima pede justiça

Maiko do Chapéu, vereador por Várzea Alegre, agrediu, rasgou as roupas e ameaçou a ex com uma faca nas partes íntimas em dezembro do ano passado.

Montagem de fotos de vereador Maiko do Chapéu ao lado de foto de fisioterapeuta Suânia Dias, que foi agredida pelo vereador

O vereador Maiko de Morais da Costa, conhecido como Maiko do Chapéu, voltou ao cargo na Câmara Municipal de Várzea Alegre, no interior do Ceará na última semana após um afastamento de 60 dias determinado pela Casa Legislativa. Ele é réu na Justiça cearense por tortura, lesão corporal grave, ameaça e violência doméstica contra sua ex-companheira, a fisioterapeuta Suânia Dias.
A volta do vereador ao exercício do mandato causou indignação. Maiko foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará no dia 4 de fevereiro de 2025 e virou réu três dias depois. O caso teve grande repercussão no estado e resultou na desfiliação do parlamentar do MDB, partido ao qual ele pertencia. Desde março, ele está sem legenda.
Nesta quarta-feira, 2, Suânia Dias divulgou um vídeo em que relata publicamente, pela primeira vez, os detalhes da agressão sofrida no dia 17 de dezembro de 2024. Com voz emocionada, ela descreveu um episódio de extrema violência física e psicológica, que aconteceu mesmo após o término do relacionamento. Segundo Suânia, ela já havia encerrado a relação, mas foi convencida por Maiko a recebê-lo em casa para “comemorar” a posse como vereador.
Durante o encontro, segundo seu relato, Maiko preparou uma bebida e, após a segunda dose, Suânia apagou. Ao acordar, foi acusada de traição, teve o celular destruído, e passou a ser agredida fisicamente. “Recebi um soco, e aí começou a tortura”. As agressões duraram horas. Suânia relatou que teve as roupas rasgadas, foi vítima de enforcamentos, levou socos e escutou ameaças de morte.
Ela afirmou que o vereador usou uma faca para torturá-la. Passava o objeto em seus seios e perguntava qual cortaria primeiro. Repetia o mesmo gesto nos pés da vítima.
A vítima também foi queimada com uma bituca de cigarro. Suânia conseguiu se trancar no banheiro enquanto ele tentava arrombar a porta. Ela ligou para a mãe e, em um momento de desespero, conseguiu fugir pela janela, completamente abalada.
Depois das agressões, Suânia ficou três dias deitada, sem conseguir levantar. Segundo ela, só então encontrou forças para buscar ajuda médica e fazer o exame de corpo de delito. O médico legista, ao analisar os ferimentos, concluiu que havia indícios claros de tentativa de feminicídio e tortura.

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