Montagem de fotos de vereador Maiko do Chapéu ao lado de foto
de fisioterapeuta Suânia Dias, que foi agredida pelo vereador
O vereador Maiko de Morais da Costa, conhecido como Maiko do
Chapéu, voltou ao cargo na Câmara Municipal
de Várzea Alegre, no interior do Ceará na última semana após um afastamento de
60 dias determinado pela Casa Legislativa. Ele é réu na Justiça cearense por
tortura, lesão corporal grave, ameaça e violência doméstica contra sua
ex-companheira, a fisioterapeuta Suânia Dias.
A volta do vereador ao exercício do mandato causou indignação. Maiko foi
denunciado pelo Ministério Público do Ceará no dia 4 de fevereiro de 2025 e
virou réu três dias depois. O caso teve grande repercussão no estado e resultou
na desfiliação do parlamentar do MDB, partido ao qual ele pertencia. Desde
março, ele está sem legenda.
Nesta quarta-feira, 2, Suânia Dias divulgou um vídeo em que relata
publicamente, pela primeira vez, os detalhes da agressão sofrida no dia 17 de
dezembro de 2024. Com voz emocionada, ela descreveu um episódio de extrema
violência física e psicológica, que aconteceu mesmo após o término do
relacionamento. Segundo Suânia, ela já havia encerrado a relação, mas foi
convencida por Maiko a recebê-lo em casa para “comemorar” a posse como
vereador.
Durante o encontro, segundo seu relato, Maiko preparou uma bebida e, após a
segunda dose, Suânia apagou. Ao acordar, foi acusada de traição, teve o celular
destruído, e passou a ser agredida fisicamente. “Recebi um soco, e aí começou a tortura”. As agressões duraram
horas. Suânia relatou que teve as roupas rasgadas, foi vítima de enforcamentos,
levou socos e escutou ameaças de morte.
Ela afirmou que o vereador usou uma faca
para torturá-la. Passava o objeto em seus seios e perguntava qual cortaria
primeiro. Repetia o mesmo gesto nos pés da vítima.
A vítima também foi queimada com uma bituca
de cigarro. Suânia conseguiu se trancar no banheiro enquanto ele tentava
arrombar a porta. Ela ligou para a mãe e, em um momento de desespero, conseguiu
fugir pela janela, completamente abalada.
Depois das agressões, Suânia ficou três dias deitada, sem conseguir levantar.
Segundo ela, só então encontrou forças para buscar ajuda médica e fazer o exame
de corpo de delito. O médico legista, ao
analisar os ferimentos, concluiu que havia indícios claros de tentativa de
feminicídio e tortura.
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