Relatório revelou diversas violações aos direitos humanos, como práticas de tortura física e psicológica
Defensoria solicitou a dedetização de pragas, higienização
das alas e demais áreas
A Defensoria Pública do
Amapá (DPE-AP) denunciou uma rotina de torturas e negligências que as detentas
sofrem na Coordenadoria da Penitenciária Feminina (Copef) do Amapá. A situação
foi identificada após a morte de duas mulheres da unidade.
O órgão protocolou uma Ação Civil Pública (ACP) com o objetivo de barrar a
violação de direitos na prisão feminina. Foi contatado que uma policial penal
teria dito para as detentas que "só
vão sair quando morrer, no carro da tumba".
No dia 5 de setembro, a tutela de urgência foi deferida parcialmente, mas
instituição segue aguardando o julgamento do mérito em juízo.
Práticas de tortura física e psicológica - Uma inspeção foi realizada na Copef no dia 25 de agosto, devido ao
falecimento de uma detenta no dia 21 do mesmo mês. Na visita, encontraram
irregularidades estruturais e indícios de negligências e torturas.
O segundo óbito foi registrado no dia 1º de setembro, quando também teria
ocorrido uma falta de assistência médica adequada.
Após a vistoria, o relatório revelou cenário de violações aos direitos humanos,
como:
Práticas de tortura
física e psicológica, como o uso abusivo de spray de pimenta.
Castigos humilhantes e
revistas íntimas degradantes, inclusive com presença masculina.
Restrições arbitrárias
de acesso à Defensoria.
Banho de sol limitado
em horários cruéis e punições coletivas como a retirada de televisores e
livros.
Além disso, diversas
condições estruturais estavam precárias, comprometendo a higiene das detentas,
principalmente durante a menstruação. Dentre os problemas, estão:
O fornecimento de água
é racionado e contaminado.
Acesso limitado à
saúde, com ausência de médicos e medicamentos.
Superlotação, com
infestação de pragas.
Alimentação precária.
Reestruturação da unidade - Com isso, a Defensoria solicitou a reestruturação da unidade, assim como
a regularização da alimentação e do atendimento médico. Para isso, pediu novas
inspeções e laudos atualizados.
Dentre outros pedidos, estão
Dedetização de pragas,
higienização das alas e demais áreas
Fornecimento de água
potável
Atendimento médico
adequado
Alimentação suficiente
e de qualidade
Coleta regular de lixo
Distribuição contínua e
em quantidade adequada de kits de higiene (com destaque para absorventes)
Garantia de banho de sol
diário em horário apropriado
Inspeção da Vigilância
Sanitária com emissão de laudo técnico que aponte as adequações necessárias
para assegurar condições mínimas de higiene e saúde
Apresentação do alvará
de funcionamento e da licença sanitária da unidade prisional
Alguns pedidos já foram deferidos, como a realização de exames médicos abrangentes em todas as detentas no prazo de 10 dias, e a disponibilização imediata das filmagens de todos os ambientes do Copef dos últimos dois meses para anexação do processo.
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