quarta-feira, 3 de setembro de 2025

REPARAÇÃO - Justiça do RJ solta jovem cearense preso por engano em caso de assalto a carro dos Correios

O caso levanta discussões sobre o uso indevido de dados pessoais em investigações e o impacto de prisões injustas na vida de pessoas inocentes.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro autorizou na última segunda-feira (1º) a soltura de Yago Paiva, de 26 anos, preso por engano sob acusação de participar de um assalto a um veículo dos Correios ocorrido em outubro de 2024, no bairro Bento Ribeiro, na capital fluminense. A decisão foi tomada após a apresentação de provas que comprovaram que o jovem estava a mais de 2.500 km do local do crime - em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza - no dia e horário da ação criminosa.
Yago foi detido no dia 27 de agosto, após a Polícia Civil do Ceará cumprir um mandado expedido pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele foi levado a um presídio em Aquiraz, onde permaneceu até ser libertado na manhã desta terça-feira (2). No entanto, a única ligação feita pela investigação entre ele e o crime era o uso do seu nome em uma conta fraudulenta da Uber, supostamente vinculada a um dos carros usados no assalto.
A defesa do jovem apresentou registros da academia que Yago frequentava, confirmando sua presença no Ceará na noite do dia 10 de outubro, além de depoimentos de testemunhas. Também foi informado que, meses antes, ele havia perdido a CNH - dado que reforça a tese de que seus documentos foram utilizados de forma indevida. Em janeiro de 2025, ao tentar se cadastrar na Uber, foi informado de que seus dados já haviam sido usados de forma fraudulenta, e a conta em questão estava banida.
No despacho que revogou o mandado de prisão, foi destacada inconsistências nas informações repassadas pela Uber e apontou, ainda, diferenças físicas entre o suspeito do crime e Yago. As imagens registradas no processo mostram que o autor do assalto tem o braço esquerdo fechado por tatuagens - enquanto Yago não possui nenhuma.
A defesa agora aguarda que, diante do reconhecimento da falha, o processo seja revisto e a acusação formalmente retirada. O caso levanta discussões sobre o uso indevido de dados pessoais em investigações e o impacto de prisões injustas na vida de pessoas inocentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário