A Escola Professor Luís Felipe, em Sobral, palco de uma
tragédia, nessa quinta-feira (25), com o
assassinato de dois adolescentes, registrou outro episódio como sinal de alerta
sobre o avanço da violência: a ameaça a um estudante, que sofria com ameaças de
grupos rivais em um dos bairros da cidade.
Documentos mostram que, no dia 4 de agosto de 2025, a ONG Visão Mundial
encaminhou ofício à Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) solicitando a
transferência do jovem para outra unidade escolar, como medida de proteção
contra a violência armada que o cercava.
A escola foi palco de um ataque brutal nesta quinta-feira (25), resultando na
morte dos adolescentes Victor Guilherme
Sousa de Aguiar, 16, e Luiz Cláudio Sousa Oliveira Filho, 17. Ambos eram
estudantes da instituição, localizada no bairro Campo dos Velhos, região
marcada pela presença de facções rivais.
Segundo o ofício, o jovem em questão era alvo de perseguição de um grupo armado
que domina a área da escola. Morador do bairro Nova Caiçara, sob domínio de
facção rival, o adolescente vivia em constante risco, sobretudo durante os
deslocamentos diários para assistir às aulas.
Por medo, ele acumulou 125 faltas no
primeiro semestre de 2025, ficando ausente de todas as atividades
escolares. Essa situação também ameaçou sua permanência no programa Pé-de-Meia,
que exige frequência regular.
Apesar do quadro de risco, o documento registrava que o estudante mantinha bom
desempenho acadêmico antes do agravamento da perseguição. Ele não foi atingido
no ataque de quinta-feira, mas a tragédia evidenciou a vulnerabilidade de
jovens em territórios dominados pela criminalidade.
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