Desde janeiro já são 190 mortes
Entre a última
sexta-feira (18) e o domingo (20), quatro mulheres foram assassinadas no Ceará.
Apesar da violência extrema, nenhum dos casos foi classificado como
feminicídio, o que indica que, de acordo com as investigações iniciais, os
crimes não teriam sido motivados por violência de gênero, contexto doméstico ou
discriminação pelo fato de serem mulheres - elementos característicos do
feminicídio segundo a legislação brasileira.
Na noite de sexta-feira, a jovem Nara
Kessia, de 20 anos, foi morta a tiros enquanto andava de moto em Itapipoca.
O namorado dela, que estava junto, foi baleado com três tiros, mas sobreviveu.
Familiares acreditam que Nara tenha sido morta por engano. Já no sábado (19), Antônia Ione Rodrigues da Silva foi
executada com tiros enquanto dormia, dentro de casa, no município de Saboeiro,
no sertão cearense. A polícia investiga o envolvimento de uma facção criminosa,
e há suspeita de que a vítima teria se recusado a envenenar alimentos servidos
a policiais militares, conforme ordens do grupo.
No domingo (20), três outras mortes foram registradas. Uma mulher foi morta a
tiros durante a madrugada em Pacatuba, e outro caso semelhante aconteceu em
Maracanaú, onde a vítima, que tinha histórico de ato infracional análogo ao
tráfico de drogas na adolescência, também foi executada por homens em uma
motocicleta. Ainda no mesmo dia, na região de Curral Novo, entre Morada Nova e
Ibicuitinga, uma mulher foi encontrada morta com sinais evidentes de violência.
As investigações seguem em andamento, e as motivações ainda não foram
esclarecidas.
Quase 200 mulheres assassinadas desde janeiro - Apesar de não configurarem feminicídio, os casos refletem a grave realidade da violência contra mulheres no Estado. Entre janeiro e setembro de 2025, o Ceará contabilizou 2.239 homicídios, dos quais 190 foram mulheres, o que representa cerca de 9% do total. Do número de mulheres mortas, 35 casos foram classificados como feminicídios.
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