segunda-feira, 9 de abril de 2012

CULTIVO DE ARROZ: Deputado causa conflito no Pará

As cercas da fazenda estão dentro de um rio, afetando a passagem dos pescadores da Ilha de Marajó


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Expulso da reserva indígena Raposa/Serra do Sol (RR) em 2009, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o fazendeiro e deputado federal Paulo César Quartiero (DEM-RR) levou o cultivo de arroz para a Ilha de Marajó, no Pará, onde enfrenta agora resistência de moradores. Pescadores, quilombolas, ribeirinhos e trabalhadores rurais temem que a cultura, feita com agrotóxicos e captação de grandes volumes de água, prejudique o ambiente.

Quartiero introduziu a rizicultura em larga escala no Marajó, região tradicionalmente focada na pesca, pecuária e extrativismo. Por R$ 4 milhões, ele comprou, em 2010, uma área de 12 mil hectares (equivalente a quase duas vezes a Osasco) no município de Cachoeira do Arari. O filho do parlamentar, Renato Quartiero, comanda o negócio.

Após a chegada deles, outros arrozeiros se interessaram pela região. São apoiados pelo prefeito Jaime Barbosa (PMDB), que quer alavancar a economia. A produção intensificou-se na fazenda dos Quartiero neste ano, e atritos começaram a vir à tona. Um deles é sobre os limites de sua propriedade. As cercas da fazenda foram fincadas dentro de um pequeno rio, afetando a passagem de pescadores.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) diz que a área, por ser zona de rio, é da União. A propriedade ocupa as margens da estrada que chega a Cachoeira do Arari. Até o cemitério está dentro da fazenda. No plantio, de agosto a outubro, aviões sobrevoam a área para aplicar agrotóxicos, assustando moradores.

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