A foto de Cristiane
Damacena gerou ataques raciais que foram repudiados por milhares de internautas
nas últimas semanas
Um ataque racista contra uma
jornalista negra de Brasília (DF) por meio do seu perfil numa rede social
causou forte comoção dentro e fora da Internet nesta terça-feira (5). Cristiane
Damacena publicou no dia 24 de abril uma nova foto no Facebook e cinco dias
depois passou a sofrer injúrias de cunho racial por ao menos 5 perfis
diferentes. Ela foi chamada de “macaca” e “escrava” e sofreu zombarias por
causa da cor da pele. De lá pra cá o caso ganhou repercussão e o apoio a
Cristiane extrapolou sua rede de amigos no Facebook. Ao meio-dia desta
terça-feira já eram 14.663 curtidas na foto, onze mil comentários e 353
compartilhamentos. Mensagens em defesa da jornalista, elogios a sua beleza e
manifestações de apoio formam a maior parte dos comentários. Ela é chamada de
"linda" em vários deles. A vítima não quer falar sobre os ataques e
contratou advogado para tratar do assunto. Numa das agressões, um internauta
afirma que ela usa um vestido amarelo "porque é a cor preferida do macaco
pois lembra a banana". Segundo especialista em crimes cibernéticos, a
identidade de quem ataca pela Internet pode ser descoberta em menos de 48 horas
no Brasil. A investigação começa pelo IP (espécie de registro que cada
computador, - ou smartphone, usa no
acesso à rede) e chega ao endereço onde houve a conexão à Internet. Mesmo se o
acesso foi feito numa máquina instalada numa lan house é possível descobrir o
agressor com a ajuda de câmeras de segurança. Depois de identificados, os
responsáveis podem responder pelo crime de injúria qualificada com pena que
varia de um a três anos.
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