
Carta assinada pelo
PCC exige melhorias para presidiários do Rio Grande do Norte
Seis meses depois da ocorrência
da série de rebeliões que atingiu 16 unidades prisionais do Rio Grande do
Norte, presos custodiados no Presídio de Segurança Máxima Rogério Coutinho
Madruga, localizado no Complexo Prisional de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região
metropolitana de Natal), entregaram uma carta à direção da unidade, na última
segunda-feira (7), exigindo melhorias e ameaçando rebeliões sincronizadas em
todo o Nordeste, caso as exigências não sejam cumpridas. O
"comunicado" é assinado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando
da Capital), criada em São Paulo, mas que tem lideranças e integrantes no
Nordeste. No texto, os presos dão o prazo de oito dias para que a Sejuc (Secretaria
de Justiça e Cidadania) cumpra as reivindicações e diz que o presídio não é um "castigo,
mas sim uma moradia." "Viemos reivindicar da melhor forma possível a
melhoria da unidade carcerária e, caso esta petição não for atendida na forma
que estamos reivindicando, iremos fazer acontecer da forma que nós sabemos
fazer, paralisando o Nordeste e fazendo rebeliões em todas as cadeias. Assim
vocês verão que somos maioria, e não minoria como falou o secretário",
ameaçaram os presos.
13 itens exigidos - Ao todo, 13
itens foram enumerados no comunicado. Eles exigem a liberação de visitas
íntimas, aumento da quantidade de almoço servida em dia de visitas, entrada de
sucos e 18 quilos de feira, como também fumo de rolo, cigarros e isqueiro para
poderem fumar. Os presos pedem ainda a liberação de televisão, rádio,
ventilador e fogão dentro das celas, como também material de artesanato para
eles se manterem ocupados. Os presos pedem também que os filhos que têm os
nomes registrados possam entrar no dia de visita para conviver com os pais no
período. As reivindicações dos presos, segundo o texto, são baseadas em outras
normas de unidades prisionais do Estado, como a Penitenciária Estadual de
Alcaçuz, que fica vizinho ao Rogério Coutinho Madruga. A secretaria informou,
nesta terça-feira (8), que está analisando o conteúdo da carta para liberar
apenas o que estiver disposto na LEP (Lei de Execuções Penais). A Sejuc disse
ainda que não se intimida com este tipo de ameaça e que as unidades prisionais
do Estado estão passando por mudança para padronização das regras disciplinares
de todas as unidades prisionais do Estado a serem cumpridas pelos presos. A
secretaria negou que as visitas íntimas na penitenciária estejam suspensas. Segundo
a Sejuc, o presídio é considerado unidade de segurança máxima no RN, tem
capacidade para 402 internos e atualmente custodia 338 presos de alta
periculosidade.
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