quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Presos exigem melhorias e ameaçam iniciar série de rebeliões no RN

Carta assinada pelo PCC exige melhorias para presidiários do Rio Grande do Norte
Carta assinada pelo PCC exige melhorias para presidiários do Rio Grande do Norte

Seis meses depois da ocorrência da série de rebeliões que atingiu 16 unidades prisionais do Rio Grande do Norte, presos custodiados no Presídio de Segurança Máxima Rogério Coutinho Madruga, localizado no Complexo Prisional de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região metropolitana de Natal), entregaram uma carta à direção da unidade, na última segunda-feira (7), exigindo melhorias e ameaçando rebeliões sincronizadas em todo o Nordeste, caso as exigências não sejam cumpridas. O "comunicado" é assinado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), criada em São Paulo, mas que tem lideranças e integrantes no Nordeste. No texto, os presos dão o prazo de oito dias para que a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) cumpra as reivindicações e diz que o presídio não é um "castigo, mas sim uma moradia." "Viemos reivindicar da melhor forma possível a melhoria da unidade carcerária e, caso esta petição não for atendida na forma que estamos reivindicando, iremos fazer acontecer da forma que nós sabemos fazer, paralisando o Nordeste e fazendo rebeliões em todas as cadeias. Assim vocês verão que somos maioria, e não minoria como falou o secretário", ameaçaram os presos.
13 itens exigidos - Ao todo, 13 itens foram enumerados no comunicado. Eles exigem a liberação de visitas íntimas, aumento da quantidade de almoço servida em dia de visitas, entrada de sucos e 18 quilos de feira, como também fumo de rolo, cigarros e isqueiro para poderem fumar. Os presos pedem ainda a liberação de televisão, rádio, ventilador e fogão dentro das celas, como também material de artesanato para eles se manterem ocupados. Os presos pedem também que os filhos que têm os nomes registrados possam entrar no dia de visita para conviver com os pais no período. As reivindicações dos presos, segundo o texto, são baseadas em outras normas de unidades prisionais do Estado, como a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, que fica vizinho ao Rogério Coutinho Madruga. A secretaria informou, nesta terça-feira (8), que está analisando o conteúdo da carta para liberar apenas o que estiver disposto na LEP (Lei de Execuções Penais). A Sejuc disse ainda que não se intimida com este tipo de ameaça e que as unidades prisionais do Estado estão passando por mudança para padronização das regras disciplinares de todas as unidades prisionais do Estado a serem cumpridas pelos presos. A secretaria negou que as visitas íntimas na penitenciária estejam suspensas. Segundo a Sejuc, o presídio é considerado unidade de segurança máxima no RN, tem capacidade para 402 internos e atualmente custodia 338 presos de alta periculosidade.

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