
Os 150 detentos que
ficam na ala D da CPPL IV, no Complexo de Itaitinga, teriam sido jurados de
morte conforme esposas de detentos
Por não aderirem às facções
criminosas, após a quebra de acordo de paz, presos da Grande Fortaleza estariam
sendo obrigados a ingerir um coquetel de drogas. É o que aponta o defensor
público Emerson Castelo Branco, do Núcleo de Assistência aos Presos Provisórios
de Defensoria Pública do Estado, que esteve no Complexo de Itaitinga.
Dois presos da Casa de Privação
Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) foram mortos no
último sábado, 7, e, de acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania do
Estado (Sejus), há “suspeita de overdose”. Com as ocorrências, são três os
óbitos este ano dentro de presídios no Estado.
Esposas de detentos estão se
revezando nas proximidades do complexo penitenciário, na BR-116, desde sábado,
quando aconteceram as mortes, e dizem escutar pedidos de socorro e de
transferência durante a madrugada. Elas afirmam que o coquetel feito para os
detentos da chamada massa é composto de água, cocaína e desinfetante. Cláudio
Justa, presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, define como “uma overdose
forçada”.
Após transferências de mais de 4
mil detentos para separação das facções, “o clima é de uma paz tensa”. “Cada
facção quer ficar somente ela em uma unidade. É uma questão de controle e domínio”.
“Existe o chamado preso de massa,
que é aquele que não faz parte de facção. Em regra, eles eram respeitados,
alguns são evangélicos. Com as facções em guerra, o preso de massa está sendo
escravizado e obrigado a escolher um lado, uma facção para fazer parte. E eles
não escolhem porque significa estar marcado para morrer pelo outro lado”,
detalha o defensor Emerson Castelo Branco.
Segundo ele, outros dois detentos
também tiveram de tomar o coquetel, mas foram socorridos a tempo. Conforme as
esposas, os relatos que chegam em grupos do WhatsApp são que outros corpos
estariam sendo ocultados dentro das celas. A Sejus confirma apenas as três
mortes este ano e informa que dois presos foram “retirados e isolados” no
sábado, após a identificação de ameaça de morte.
Ameaças - Familiares de detentos
que estão na ala dos evangélicos, a ala D da CPPL IV, denunciaram que os 150 presos do pavilhão
tiveram morte decretada pelo Comando Vermelho. Segundo a direção da CPPL IV, a
segurança interna foi reforçada.
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