Com recarga
incipiente, apesar das últimas chuvas, o Castanhão deixou de receber água do
Orós, como vinha acontecendo desde setembro do ano passado, com o objetivo de
garantir segurança hídrica para a RMF
A disputa por água está cada vez
mais acirrada no Ceará. Na reunião de Operação Emergencial dos Vales do Jaguaribe
e Banabuiú realizada na cidade de Limoeiro do Norte, entre representantes das
Bacias Hidrográficas do Salgado, Banabuiú, Alto, Médio e Baixo Jaguaribe, o
governo do Estado, por meio da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos
(Cogerh), homologou o fim da transferência de água do Orós para o Castanhão e
redefiniu os índices de vazão da água deste açude para a Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF).
A reunião teve cinco horas de
duração e foi marcada por momentos de tensão e embates entre representantes do
governo estadual e dos comitês de bacias hidrográficas. "O resultado foi
favorável para os vales do Jaguaribe, Banabuiú e Salgado, até porque o Interior
não tem alternativa, só depende das chuvas, os açudes estão secando e as
previsões não são animadoras".
Compensações - Os representantes
das cinco bacias hidrográficas observaram que há chuvas na RMF e que não seria
possível ampliar a liberação de água do Castanhão. "Não tem como tirar
mais água, pois as atividades produtivas estão paradas, há desemprego e faltam
medidas compensatórias".
A Cogerh anunciou oficialmente,
no início da reunião, a suspensão da liberação de água do açude Orós para o
Castanhão e daí para a RMF por meio do Eixão das Águas.
Na manhã de ontem, a vazão do Orós
foi reduzida de 16 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 3m3/s, para atender a
demanda até a cidade de Jaguaribara e de outras localidades ribeirinhas do
Jaguaribe. Em seguida o governo propôs ampliar a liberação do Castanhão de
8m3/s para 9,5m3/s por meio do Eixão das Águas e de 6m3/s para 7,5m3 para
atender a RMF, além de manter a vazão de 5,5m3/s para o Baixo Jaguaribe.
A transferência de água do Açude
Orós para o Castanhão começou em setembro de 2016. A suspensão estava prevista
para acontecer até o Orós atingir a vazão/volume de 170 milhões de metros
cúbicos. Atualmente o índice é de 191 milhões de metros cúbicos.
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