segunda-feira, 1 de maio de 2017

Chuvas de abril ficam 37% abaixo da média histórica

A redução das chuvas, na segunda quinzena de abril passado, diminuiu a expectativa de boa safra de grãos no sertão cearense

Nos últimos seis anos, o Semiárido cearense enfrenta sucessivos períodos com chuvas abaixo da média e o resultado são as perdas das reservas hídricas nos médios e grandes reservatórios, além da frustração da safra agrícola de grãos. Entre 2008 e 2017, as precipitações ficaram abaixo da média no mês de abril em oito anos. Já o volume hídrico nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) caiu de 66,9%, em abril 2012, para 12,6%, índice atual.

Quadro crítico - O quadro de reserva hídrica está ficando cada vez mais crítico, no Ceará. O risco de mais municípios entrarem no rol dos que já enfrentam racionamento de água ou medidas de contingenciamento é crescente. Os dois maiores açudes do Estado, Castanhão e Orós, perderam volume e hoje acumulam, 6% e 10%, respectivamente.
O Castanhão  por exemplo, atende à demanda de abastecimento de mais de 20 municípios no Vale do Baixo Jaguaribe e na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O Orós também assiste meia dúzia de cidades no Médio Jaguaribe e dezenas de localidades rurais.
As chuvas permanecem escassas. Em abril, o índice médio pluviométrico esperado para o período no Estado é de 188mm, mas foram observados apenas 117.7mm. Houve, portanto, um déficit de 37.4%. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e ainda refletem números parciais, que serão atualizados ao longo da semana.
Maio é o último mês da quadra chuvosa e tem índice pluviométrico histórico baixo, em torno de 90.6mm.

Safra comprometida - A redução das chuvas, na segunda quinzena de abril passado, diminuiu a expectativa de boa safra de grãos (milho e feijão) no sertão cearense.
Em muitas roças, o plantio de milho está abrindo o pendão, fase em que necessita de mais água para a formação dos grãos na espiga.
Por enquanto, o pasto nativo assegura a alimentação do rebanho. Os barreiros estão cheios, mas a preocupação dos produtores é com o quadro de falta de água que deve se intensificar a partir de novembro, quando essas pequenas reservas começam a secar.
Na atual quadra chuvosa, as precipitações ficaram acima da média em fevereiro (31,7%); na média em março (0,1%) e abaixo em abril (-41,5%). O secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Aderilo Alcântara, disse que o esforço do governo é para manter o abastecimento nos centros urbanos e localidades rurais, mas mostrou preocupação com o quadro de perda de reserva. No início da atual quadra chuvosa, o índice médio dos açudes era de 6,5%.

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