O carro-forte
frigorífico - Procura pelo serviço para transportar carnes e remédios aumentos
A cada segundo, 20 aves são
abatidas em São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana, maior fornecedora
de frango fresco do estado. Palco de um único assalto nos três primeiros meses
do ano, a cidade caminha para o colapso econômico devido a uma onda de
violência que ocorre a mais de 80 quilômetros dali, sobretudo na Região
Metropolitana, para onde vai 90% da produção rio-pretana. A cada três dias, em
média, um caminhão abarrotado de aves que deixa o município é alvo dos ladrões
de carga.
Só no primeiro trimestre, o
prejuízo é de quase R$ 1 milhão, com 32 caminhões roubados. O valor equivale a
20% da arrecadação mensal local.
As carnes, não apenas de frango,
estão entre os principais alvos das quadrilhas. Para diminuir os riscos, já há
atacadistas fluminenses contratando carros-fortes refrigerados para o
transporte deste tipo de item, em especial cargas valiosas, como cortes nobres.
A Protege, gigante do setor de
segurança e transporte de valores, confirma que foi contatada por interessados,
no Rio, em transportar carnes nos blindados aclimatados. A empresa, porém, só
chegou a fazer esse serviço em São Paulo.
Desde março, as seguradoras não
oferecem mais seguro para remédios, que também exigem refrigeração especial no
transporte.
A visão interna do
carro-forte frigorífico
Prejuízo milionário nos
abatedouros - Em São José do Vale do Rio Preto, um único dono de abatedouro,
que emprega 82 funcionários, amargou um prejuízo acumulado de R$ 420 mil com
cargas roubadas. Além disso, dois caminhões foram levados pelos criminosos,
cada um avaliado em R$ 200 mil. Se a escalada de crimes permanecer, conta o
empresário, será preciso fechar as portas até o fim do ano.
Já o dono de um outro abatedouro,
fundado na década de 1970, perdeu no ano passado quatro dos 15 caminhões de sua
frota de entrega, além de registrar um total de R$ 450 mil de prejuízo com os
roubos de carga.
Caminhões saem de São
José do Vale do Rio Preto
Na Baixada, prejuízo de R$ 667 milhões - Um levantamento revela que só na
Baixada Fluminense o roubo de cargas gerou prejuízos da ordem de R$ 667
milhões. De 2011 a 2016, foram 10.622 mil ataques — média de cinco assaltos por
dia.
A maior perda ocorreu em Caxias,
com impacto de R$ 236 milhões. Segundo a Associação Nacional do Transporte de
Cargas e Logística, 7,9% do faturamento bruto são aplicados em gerenciamento de
risco. Por conta disso, as transportadoras implantaram uma taxa extra que varia
de 0,3% a 1% do valor da carga, ou de R$ 10 a R$ 15 a cada cem quilos.
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