sexta-feira, 28 de julho de 2017

Acampamento é incendiado, e pessoas são feridas a golpes de faca em Crateús

Um total de 50 famílias sem teto que estavam acampadas no Bairro Morada Nova, em Crateús, foram acometidas na madrugada da última quarta-feira (26), pelo ataque de cerca de 30 homens armados, que tentaram expulsar as pessoas do terreno. De acordo com os relatos das famílias, os homens dispararam armas de fogo, incendiaram barracas e agrediram os acampados. Algumas pessoas sofreram escoriações leves com as chamas, e outras foram lesionadas com golpes de facões. Uma pessoa foi presa.
O suspeito de ter liderado a ação é um dos responsáveis por um empreendimento que será construído no loteamento. O acampamento urbano Carlos Leite, como é denominado, foi erguido no último dia 20. Desde então, o proprietário do empreendimento já havia abordado as famílias outras três vezes.
O grupo fez o registro do boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Polícia Civil de Crateús. A intenção é continuar com o acampamento no mesmo local e tentar a negociação com o poder municipal para a legalização da permanência e a construção de residências às famílias acampadas na área.
Barracas foram destruídas com as chamas durante o ataque (Foto: Arquivo pessoal)
De acordo com a Polícia Civil do Estado do Ceará, um homem foi preso e conduzido à Delegacia Regional de Crateús, por envolvimento na ocorrência, ainda durante a madrugada. Ele seria o corretor do loteamento.
As investigações iniciais apontam que um dos terrenos no loteamento foi ocupado por algumas pessoas desde o dia 19 de julho. Na madrugada deste dia 26, os policiais civis receberam informações de que o local havia sido invadido por suspeitos armados. Com a intenção de retirar os ocupantes à força. Algumas barracas foram incendiadas com pessoas dentro, que se feriram. Além disso, foi verificada a existência de vítimas lesionadas a golpes de foice. A Polícia Civil chegou a encontrar cápsulas de arma de fogo no local. Algumas das vítimas necessitaram de atendimento médico.
O caso continua sendo investigado pela delegacia da cidade que busca identificar outros envolvidos no fato. Além disso, a situação também é acompanhada por representantes dos Direitos Humanos.

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