O traficante Luiz
Carlos da Rocha, preso neste sábado pela Polícia Federal durante a Operação
Spectrum
A Polícia Federal (PF) prendeu
neste sábado, 1º, Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, um dos
traficantes mais procurados pela PF e a Interpol (polícia internacional) na
América do Sul, segundo a corporação. Ele comandava uma organização criminosa
especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro e foi
alvo da Operação Spectrum, deflagrada neste sábado. Rocha era considerado um
dos “barões das drogas” no Brasil ainda em liberdade, com condenações
proferidas pela Justiça Federal que somam mais de 50 anos de prisão.
Em nota, a Polícia Federal
informou que Luiz Carlos da Rocha foi recentemente localizado pela área de
combate ao tráfico de drogas da instituição, apesar de ter feitos várias
cirurgias plásticas para mudar a face. Ele estava usando o nome de Vitor Luiz
de Moraes. A estratégia de mudar o rosto, segundo a corporação, também foi
usada por “outro mega traficante internacional” preso pela PF em 2007, o
colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, conhecido como Chupeta.
A organização criminosa liderada
por Rocha tinha perfil de extrema periculosidade e violência, segundo a PF, e
utilizava escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra
vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso
calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se
manter em atividade por aproximadamente 30 anos no tráfico internacional de
drogas e lavagem de dinheiro.
Caminho da droga - O grupo
operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de
produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, o Peru e a
Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de
entrepostos no Paraguai e no Brasil. Ele se fixou ainda em áreas estratégicas
próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo,
dedicando-se à exportação de cocaína para a Europa e os Estados Unidos.
As investigações identificaram
Rocha como um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas
paulistas e cariocas. Estima-se que a quadrilha liderada por ele era
responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território
nacional, com destino final ao exterior e ao Brasil.
Segundo PF, a cocaína era
transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores -
Colômbia, Peru e Bolívia - utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com
destino a fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e de Mato
Grosso. Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era
colocada em caminhões e carretas com fundos falsos, especialmente preparados
para o transporte da droga, cujo destino era o interior do estado de São Paulo,
para distribuição a facções criminosas de São Paulo e do Rio, ou o porto de Santos
(SP), de onde era exportada para a Europa ou os Estados Unidos.
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