Em várias cidades, as
explosões deixaram as agências completamente destruidas
Trinta e quatro agências
bancárias sofreram assaltos no Ceará neste ano. Em 25 delas ocorreram explosões
durante os ataques de quadrilhas. As
unidades explodidas estão localizadas em 22 cidades do Interior e uma na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em,
pelo menos, dois Municípios (Missão Velha e Jaguaruana), os criminosos agiram em
dois bancos simultaneamente.
A rotina de roubos a bancos com
explosões dos cofres e caixas eletrônicos está afetando diretamente a população
de tais cidades, já que a violência da detonação dos artefatos acaba por
destruir completamente os prédios e seus equipamentos.
Em apenas um dos ataques com
explosão a Polícia conseguiu dar a pronta resposta ao crime e desarticular
imediatamente a quadrilha. Isso aconteceu na madrugada do dia 1º de abril, na
cidade de Jaguaruana, na Região do Vale do Jaguaribe. Naquela ocasião, os
setores de Inteligência da Polícia Militar e da Secretaria da Segurança Pública
e Defesa Social (SSPDS) tinham informações antecipadas da trama.
Foi, então, montada uma operação
sigilosa que mobilizou efetivos das polícias Civil e Militar, com o apoio da
Polícia Federal (PF). Depois de explodir
as agências do banco do Brasil e do
Bradesco e um caixa eletrônico instalado na Prefeitura do Município, o bando
tentou fugir daquela cidade, mas foi surpreendido pela Polícia.
Uma intensa troca de tiros
resultou na morte de seis bandidos no local do assalto e mais um que faleceu
horas depois, quando buscava socorro médico no hospital da cidade de
Aracati. O bando era formado por cerca
de 15 criminosos de vários estados: Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Bahia, bandidos considerados de alta periculosidade e já com passagem no
Sistema Penitenciário. Alguns estavam foragidos da Justiça de seus respectivos
estados.
Novo cangaço - Na maioria dos
ataques, os criminosos escolhem como alvos as cidades de pequeno e médio porte,
onde a Polícia tem um efetivo baixo e poucos recursos (armamento, munição,
veículos e comunicação) para enfrentar as quadrilhas. Os bandos se aproveitam de tal situação e, na
maioria das vezes, são mais numerosos que o efetivo policial da cidade atacada. Em muitas ocasiões essa vantagem numérica
chega a ser o triplo.
A tática empregada pelas
quadrilhas normalmente é a do chamado “Novo Cangaço”. O bando entra na cidade
durante a madrugada e se divide em dois grupos. Um deles se encarrega de anular
a resistência policial, cercando o prédio dos destacamentos e delegacias, que
são metralhados, assim como as viaturas. Enquanto isso acontece, a outra fração
da quadrilha está dentro das agências roubando o dinheiro através da explosão
dos equipamentos.
Outras estratégicas das
quadrilhas são: o uso de reféns (muitas vezes usados como “escudo humano”), o
bloqueio das estradas que servirão como rota de fuga (seja com veículos de
grande porte, como caminhões, carretas e até ônibus; ou incendiando os próprios
carros usados pelo bando para sair da cidade).
Também são comuns os casos em que os ladrões espalham centenas de
pedaços de metais pontiagudos nas estradas para furar os pneus das viaturas
policiais.
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