quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Cidades pequenas do Interior cearense vivem rotina de terror com ataques a bancos

Em várias cidades, as explosões deixaram as agências completamente destruidas

Trinta e quatro agências bancárias sofreram assaltos no Ceará neste ano. Em 25 delas ocorreram explosões durante os ataques de quadrilhas.  As unidades explodidas estão localizadas em 22 cidades do Interior e uma na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).  Em, pelo menos, dois Municípios (Missão Velha e Jaguaruana), os criminosos agiram em dois bancos simultaneamente.
A rotina de roubos a bancos com explosões dos cofres e caixas eletrônicos está afetando diretamente a população de tais cidades, já que a violência da detonação dos artefatos acaba por destruir completamente os prédios e seus equipamentos.
Em apenas um dos ataques com explosão a Polícia conseguiu dar a pronta resposta ao crime e desarticular imediatamente a quadrilha. Isso aconteceu na madrugada do dia 1º de abril, na cidade de Jaguaruana, na Região do Vale do Jaguaribe. Naquela ocasião, os setores de Inteligência da Polícia Militar e da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) tinham informações antecipadas da trama.
Foi, então, montada uma operação sigilosa que mobilizou efetivos das polícias Civil e Militar, com o apoio da Polícia Federal (PF).  Depois de explodir as agências do banco do Brasil  e do Bradesco e um caixa eletrônico instalado na Prefeitura do Município, o bando tentou fugir daquela cidade, mas foi surpreendido pela Polícia.
Uma intensa troca de tiros resultou na morte de seis bandidos no local do assalto e mais um que faleceu horas depois, quando buscava socorro médico no hospital da cidade de Aracati.  O bando era formado por cerca de 15 criminosos de vários estados: Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia, bandidos considerados de alta periculosidade e já com passagem no Sistema Penitenciário. Alguns estavam foragidos da Justiça de seus respectivos estados.

Novo cangaço - Na maioria dos ataques, os criminosos escolhem como alvos as cidades de pequeno e médio porte, onde a Polícia tem um efetivo baixo e poucos recursos (armamento, munição, veículos e comunicação) para enfrentar as quadrilhas.  Os bandos se aproveitam de tal situação e, na maioria das vezes, são mais numerosos que o efetivo policial da cidade atacada.  Em muitas ocasiões essa vantagem numérica chega a ser o triplo.
A tática empregada pelas quadrilhas normalmente é a do chamado “Novo Cangaço”. O bando entra na cidade durante a madrugada e se divide em dois grupos. Um deles se encarrega de anular a resistência policial, cercando o prédio dos destacamentos e delegacias, que são metralhados, assim como as viaturas. Enquanto isso acontece, a outra fração da quadrilha está dentro das agências roubando o dinheiro através da explosão dos equipamentos.
Outras estratégicas das quadrilhas são: o uso de reféns (muitas vezes usados como “escudo humano”), o bloqueio das estradas que servirão como rota de fuga (seja com veículos de grande porte, como caminhões, carretas e até ônibus; ou incendiando os próprios carros usados pelo bando para sair da cidade).  Também são comuns os casos em que os ladrões espalham centenas de pedaços de metais pontiagudos nas estradas para furar os pneus das viaturas policiais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário