terça-feira, 30 de janeiro de 2018

VIOLÊNCIA - Após chacina com 10 mortos, 44 detentos são transferidos da cadeia de Itapajé

A cadeia estava superlotada no momento da chacina e a transferência foi determinada pela Sejus

Quarenta e quatro presos foram transferidos, na tarde de ontem (29), da Cadeia Pública da cidade de Itapajé para presídios do Complexo Penitenciário da Grande Fortaleza. A medida de segurança foi tomada após a chacina registrada naquela unidade, quando 10 detentos que seriam ligados às facções Guardiões do Estado (GDE) e Primeiro Comando da Capital (PCC)  foram mortos a tiros e golpes de cossoco e barras de ferro. Outro cinco detentos acabaram sendo responsabilizados pela matança e foram encaminhados à delegacia de Polícia Civil.
A chacina ocorreu no começo da manhã, quando teria ocorrido uma violenta briga entre os presos no momento em que eles foram liberados das celas para o banho de sol. Criminosos ligados ao CV se armaram e invadiram os xadrezes onde estavam seus oponentes das facções GDE e PCC. Tiros foram disparados e alguns homens foram assassinados ainda dentro das celas. Outros conseguiram fugir pelos corredores até chegar ao pátio interno da cadeia, mas também foram executados.
A situação somente foi debelada quando a Polícia Militar invadiu a Cadeia Pública. Patrulhas de Itapajé e de cidades vizinhas como Itapipoca, Umirim e Irauçuba, foram mobilizadas para conter a fúria que se instalou na cadeia, até que chegassem reforços do Comando Tático Rural (Cotar) e do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP).
Duas armas de fogo foram encontradas pelos policiais do Cotar dentro das celas onde ocorreu parte dos assassinatos.  E, segundo a Polícia Civil a cadeia estava superlotada. A unidade que tem capacidade para abrigar até 40 presos estava, ontem, com cerca de 90 detentos.

Retaliação - A morte de 10 presos na Cadeia Pública de Itapajé seria uma retaliação da facção Comando Vermelho à chacina ocorrida no último fim de semana em Fortaleza, quando 14 pessoas acabaram sendo assassinadas no “Forró do gago”, uma casa de shows estabelecida na Rua Madre Teresa de Calcutá, no bairro Cajazeiras. A festa teria sido patrocinada pelo CV e o local foi invadido por bandidos armados da GDE, que provocaram o massacre. Entre as 14 pessoas assassinadas, oito eram mulheres (entre elas, duas adolescentes) e seis homens.

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