A cadeia estava
superlotada no momento da chacina e a transferência foi determinada pela Sejus
Quarenta e quatro presos foram
transferidos, na tarde de ontem (29), da Cadeia Pública da cidade de Itapajé para
presídios do Complexo Penitenciário da Grande Fortaleza. A medida de segurança
foi tomada após a chacina registrada naquela unidade, quando 10 detentos que
seriam ligados às facções Guardiões do Estado (GDE) e Primeiro Comando da
Capital (PCC) foram mortos a tiros e
golpes de cossoco e barras de ferro. Outro cinco detentos acabaram sendo
responsabilizados pela matança e foram encaminhados à delegacia de Polícia
Civil.
A chacina ocorreu no começo da
manhã, quando teria ocorrido uma violenta briga entre os presos no momento em
que eles foram liberados das celas para o banho de sol. Criminosos ligados ao
CV se armaram e invadiram os xadrezes onde estavam seus oponentes das facções
GDE e PCC. Tiros foram disparados e alguns homens foram assassinados ainda
dentro das celas. Outros conseguiram fugir pelos corredores até chegar ao pátio
interno da cadeia, mas também foram executados.
A situação somente foi debelada
quando a Polícia Militar invadiu a Cadeia Pública. Patrulhas de Itapajé e de
cidades vizinhas como Itapipoca, Umirim e Irauçuba, foram mobilizadas para conter
a fúria que se instalou na cadeia, até que chegassem reforços do Comando Tático
Rural (Cotar) e do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP).
Duas armas de fogo foram
encontradas pelos policiais do Cotar dentro das celas onde ocorreu parte dos
assassinatos. E, segundo a Polícia Civil
a cadeia estava superlotada. A unidade que tem capacidade para abrigar até 40
presos estava, ontem, com cerca de 90 detentos.
Retaliação - A morte de 10 presos
na Cadeia Pública de Itapajé seria uma retaliação da facção Comando Vermelho à
chacina ocorrida no último fim de semana em Fortaleza, quando 14 pessoas
acabaram sendo assassinadas no “Forró do gago”, uma casa de shows estabelecida
na Rua Madre Teresa de Calcutá, no bairro Cajazeiras. A festa teria sido
patrocinada pelo CV e o local foi invadido por bandidos armados da GDE, que
provocaram o massacre. Entre as 14 pessoas assassinadas, oito eram mulheres
(entre elas, duas adolescentes) e seis homens.
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