Acusados do assassinato do
policial civil José Cláudio Nogueira serão julgados pelo Tribunal Popular do
Júri, conforme decisão do juiz Wildemberg Ferreira de Sousa, titular da Vara
Única de Senador Pompeu. A sentença de pronúncia contra Michele Fernandes
Arruda, esposa da vítima e coautora intelectual do crime; Jackson Alves
Pinheiro, coautor e amante de Michele; e Tiago Soares Cunha, primo de Jackson;
foi assinada na última quinta-feira.
Segundo o magistrado, o
depoimento de uma testemunha, a confissão e a delação iniciais da viúva, a
estreita relação entre os envolvidos na morte, bem como a conduta suspeita da
mulher, inclusive “no afã de alienar e gerir os bens deixados pelo falecido, constituem
elementos indiciários da coautoria relatada na denúncia, justificando com suficiência
a pronúncia dos réus”.
Na ação penal, de autoria do
Ministério Público do Ceará, consta que o crime ocorreu no dia 20 de agosto de
2016, por volta das 22h30, na zona rural de Senador Pompeu. Ainda conforme o
processo, Tiago Soares Cunha, na companhia de uma pessoa ainda não identificada,
efetuou os disparos de arma de fogo que causaram a morte do policial, levado ao
local pela esposa.
Ela mantinha um relacionamento
amoroso extraconjugal com Jackson Alves. Os dois teriam arquitetado o plano e
contratado os executores com a finalidade de se apropriarem da herança.
Naquele dia, o policial bebeu com
amigos, sendo conduzido para casa pela mulher. No meio do caminho, desacelerou
o carro ao passar por uma lombada, ocasião em que duas pessoas se aproximaram e
efetuaram os disparos. Logos depois, ela dirigiu-se à residência de Tiago
Soares, ali perto, sem ter acionado socorro para o marido. Dias depois, a viúva
entregou, a Jackson Tavares, um cavalo de raça e um cheque de R$ 19.273,00.
Os três foram denunciados pelo
Ministério Público pelo crime de homicídio, por motivo torpe (finalidade de
obter herança) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (estava
embriagada). O juiz Wildemberg Ferreira de Sousa decidiu submeter os acusados
ao júri popular, mantendo as prisões de Michele Fernandes e de Jackson Alves.
Tiago Soares aguardará julgamento em liberdade.
Com informações do TJCE
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