sexta-feira, 20 de abril de 2018

Justiça revoga prisão de artista circense preso como miliciano

Pablo foi preso em uma festa de pagode em Santa Cruz
Pablo foi preso em uma festa de pagode em Santa Cruz

A Justiça do Rio revogou, nesta quinta-feira (19), a prisão preventiva de Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos, detido em uma operação contra a milícia em Santa Cruz, zona oeste do Rio. O jovem artista circense estava preso desde 7 de abril, quando a Polícia Civil fez uma ação em um show de pagode em sítio no bairro.
De acordo com a decisão da Justiça, as motivações para revogar a prisão de Pablo são que ele “é primário, não possui antecedentes criminais, tem residência fixa e é profissional circense”. Além disso, a decisão também aponta que “o fator que o diferencia de todos os outros presos é a comprovação documental de que passa a maior parte de sua vida, atualmente, fora do país”.
Pablo trabalha há cinco anos na empresa Up Leon e passa de quatro a oito meses do ano na Suécia fazendo apresentações circenses como acrobata, malabarista e capoeirista. A próxima viagem está marcada para a terça-feira (24), quando vai realizar uma turnê de cinco meses e meio.
A prisão de Pablo aconteceu durante um show de pagode que, segundo a Polícia Civil, foi organizado pela milícia que atua na região. Já Jéssica Carla, mulher de Pablo, diz que houve venda de ingressos pela internet e até segurança com revista corporal, como em outros shows.
Segundo ela, a festa corria normal, dois grupos de pagode se apresentaram e, por volta das 3h, antes do último grupo tocar, os policiais chegaram e houve troca de tiros do lado de fora do evento. Nesse confronto, quatro pessoas morreram, segundo a DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), todos envolvidos com a milícia.
O caso de Pablo chamou atenção e fez com que artistas como Wagner Moura e Marcos Frota, que é responsável pelo Unicirco, onde o jovem trabalhou, se manifestassem pedindo para que a Justiça revogasse a prisão dele.

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