Cerca de 200
policiais estão cumprindo mandados de prisão em Cabedelo nesta terça-feira
O prefeito de Cabedelo, Leto
Viana (PRP), o vice-prefeito e mais cinco vereadores foram presos durante a
operação Xeque-Mate, deflagrada na manhã desta terça-feira (3) pela Polícia
Federal, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público da Paraíba. A operação tem como objetivo
desarticular um esquema de corrupção na administração pública no município
localizado na região da Grande João Pessoa.
Estão sendo cumpridos 11 mandados
de prisão preventivas, 15 sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão
expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Além dos mandados, a Justiça
decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o
prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal.
Segundo informações da Polícia Federal, a esposa do prefeito, que é vereadora
na cidade, também é alvo de mandado de prisão.
De acordo com a PF, ela era
responsável pelos contratos fraudulentos. O casal gastou milhões em imóveis com
dinheiro desviado, e dispõe de um estilo de vida totalmente incompatível com a
renda.
Segundo as investigações, o grupo
teria desviado ao menos R$ 18 milhões. Um colaborador da Polícia Federal contou
aos investigadores que o atual prefeito, inicialmente eleito como vice-prefeito
em 2012, teria pago R$ 5 milhões ao ex-prefeito, Luceninha para assumir o
mandato.
Durante as investigações, ficou
comprovado a participação das principais autoridades públicas do município que
se beneficiavam do esquema de diversas formas, tendo registrado aumento
patrimonial espantoso, muito acima do condizente com sua renda. De acordo com a
Polícia Federal, somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos,
verificou-se que um agente político envolvido movimentou mais de R$ 10 milhões
à margem do sistema financeiro oficial.
Em um dos esquemas, foram
detectados funcionários fantasmas da prefeitura e da câmara municipal que
recebiam salários de até R$ 20 mil e entregavam a maior parte para as
autoridades locais, ficando de fato com valores residuais. Foram constatadas
ainda doações fraudulentas de imóveis do patrimônio público municipal, bem
localizados e de alto valor, para empresários locais sem que houvesse critérios
objetivos para a escolha do beneficiado.
Os envolvidos vão responder por
formação de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de
dinheiro e fraude licitatória. O prefeito Leto Viana, em específico, vai
responder ainda por crime de responsabilidade na esfera da administração
pública.
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