sexta-feira, 4 de maio de 2018

Preso confundido com bandido morto é solto após 10 dias na cadeia - 'Foi um pesadelo'

Leandro Luiz do Livramento  deixa a prisão no início da tarde desta sexta-feira (4) (Foto: Patricia Teixeira/G1)
Leandro Luiz do Livramento deixa a prisão no início da tarde desta sexta-feira

A dor e a agonia de passar 10 dias na cadeia tiveram fim para Leandro Luiz do Livramento na tarde desta sexta-feira (4). Funcionário de uma loja de departamentos há 13 anos e aluno de duas faculdades, Leo, como é conhecido, estava preso desde o dia 24 de abril, quando foi levado por policiais no momento em que renovava sua carteira de identidade em um posto do Detran, em Vilar dos Teles.
“Foi um pesadelo sem fim, por um momento achei que não fosse terminar. Imagina eu que tenho uma vida normal da noite para o dia está tudo de cabeça para baixo?”, disse Leandro emocionado, ao deixar a cadeia.
Leo foi solto por volta das 14h e foi recebido com muita emoção e carinho por amigos e familiares, que chegaram por volta das 8h no presídio Evaristo de Veiga, em São Cristóvão. O coro de "Leo, eu te amo" era repetido enquanto esperavam a soltura dele. Manifestações e uma campanha na internet também foram feitas enquanto Leo esteve preso.
"Cheguei na prisão em estado de choque. Não conseguia comer nem tomar banho, os presos que me deram força. Achei que ia largar tudo e desistir, não estava mais aguentando. A hora não passa, é uma briga pra conseguir deixar. Mas aguentei o quanto deu", acrescentou Leo.
Leandro foi detido após um equívoco em um inquérito policial que investigava um criminoso morto em 2014. O Ministério Público opinou a favor da soltura de Leandro. Em nota, a instituição alegou que as provas apresentadas pela defesa indicam que o verdadeiro acusado pode ser outra pessoa.

Entenda o caso - Leandro Luiz do Livramento, de 32 anos, foi detido num posto de Detran, de Vilar dos Teles, na hora em que fazia a renovação de sua carteira de identidade.
No momento da abordagem, Leo foi informado de que era foragido da polícia desde 2013, e que só sairia do local com a polícia. Leo foi levado direto para a cadeia de Benfica, onde passou 4 dias, depois foi transferido para São Cristóvão.
O inquérito policial é de 2013 e foi instaurado na Delegacia de Combate às Drogas (Decod). O verdadeiro criminoso se chama Leandro de Souza Rodrigues e usou o número do CPF de Léo para cadastrar um chip de celular.
O aparelho foi interceptado pelos policiais, que grampearam o telefone. O criminoso teria morrido em 2014, mas o mandado de prisão em nome de Léo continuou valendo.

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