
O gaorto Isaac, de 6 anos, foi
baleado por policiais militares dentro de casa, no Bom Jardim
A Perícia Forense do Ceará
(Pefoce) concluiu que um menino de seis anos de idade foi morto com tiros
disparados por uma pistola usada pela Polícia Militar. O caso ocorreu em abril
último durante um cerco policial a uma residência no bairro Bom Jardim, na zona
Sul de Fortaleza.
O laudo comprovando que o garoto
José Isaac Santiago da Silva, 6, foi morto com balas de calibre Ponto 40 (.40),
armamento de uso restrito das forças da Segurança Pública, foi anexado ao
inquérito instaurado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da
Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD). Aquele órgão investiga a ação da Polícia Militar
na tarde do dia 25 de abril.
Naquela data, a PM fez um cerco
no Bom Jardim na tentativa de localizar e prender bandidos da comunidade Favela
do Urubu que, horas antes, haviam baleado um PM do Serviço de Inteligência. O
atentado ao policial ocorreu pela manhã. À tarde, várias patrulhas cercaram uma
casa localizada na Rua Vitória da Conquista onde, segundo informações da
Polícia, uma mulher estava armada e com drogas. Na residência estava também o menino Isaac, a
avó dele e a mulher procurada, Francisca
Antônia Neco Santiago, tia da criança.
Baleado e morto - Segundo
ainda a PM, no momento em que se viu cercada, a tia teria usado o menino como
“escudo humano” e atirado nos policiais com um revólver de calibre 38. Os
militares revidaram e a criança foi atingida mortalmente.
A avó e a tia também foram
baleadas pelos militares que participavam do cerco, mas resistiram. O menino
morreu quando era atendido na Emergência do Hospital “Frotinha” de Parangaba.
O laudo elaborado pela Pefoce
assinala que um dos projéteis retirados do corpo do menino foi submetido a
exame de comparação balística, ficando comprovado que a bala foi disparada da
pistola de marca Taurus, calibre Ponto 40, de numeração SJU82102, uma das armas
da PM recolhidas na investigação.
Com a conclusão da Perícia, o PM
responsável pelo disparo (identidade não revelada) deverá ser indiciado no
inquérito. Caberá à Justiça decidir se o militar responderá pelo assassinato do
menino ou se o caso será considerado crime praticado no “estrito cumprimento do
dever legal”, que é excludente penal.
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