quarta-feira, 13 de junho de 2018

NÚMEROS MAQUIADOS - Morte de cidadã em ação desastrosa da PM não entra na estatística oficial dos CVLIs

Gisele Távora Araújo, morta numa abordagem errada da PM em Fortaleza

Passadas mais de 24 horas da morte da  bacharel em Administração de Empresas e vendedora, Gisele Távora Araújo, 42 anos, atingida por um tiro disparado por um policial militar, o caso sequer teve registro nas estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). E muito provavelmente não será incluindo como Crime Violento, Letal e Intencional (CVLIs), já que o órgão não considera na sua estatística oficial as Mortes Por Intervenção Policial.
Gisele foi morta durante uma abordagem desastrosa de policiais que faziam o moto-patrulhamento das ruas da Cidade dos Funcionários (zona Sul da Capital), na noite da última segunda-feira. Gravemente ferida com um tiro de carabina calibre Ponto 40 (.40), ela não resistiu e morreu no começo da manhã de ontem (12) após ser submetida a uma cirurgia no Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro). O projétil penetrou nas costas da vítima e saiu no tórax, atingindo vários órgãos vitais.

Mortes - Somente neste ano, ao menos, cinco pessoas foram mortas em abordagens desastrosas da Polícia Militar na Capital. Um dos casos ocorreu na manhã do dia 6 de maio, quando o gerente de call Center Wellington Matias de Sousa, 34 anos, foi atingido por um tiro disparado por policiais militares que faziam a perseguição a bandidos em um carro roubado na Avenida José Bastos, na Capital.
Naquele momento, por volta de 11 horas, Wellington dirigia seu veículo em direção à casa de amigos. Ao parar no semáforo, próximo a um posto de combustíveis, se viu inesperadamente na linha de fogo entre bandidos e uma patrulha da PM. Um tiro disparado atrás do carro acabou matando o rapaz. A bala (provavelmente, disparada de uma arma longa), penetrou na tampa do porta-malas, atravessou os bandos traseiro e dianteiro e atingiu as costas de Wellington.  Ele chegou a ser socorrido ao IJF, mas não resistiu e morreu horas depois.
Já na tarde do dia 25 de abril, um garoto de apenas 6 anos de idade, identificado como José Isaac Santiago da Silva, morreu ao ser baleado por policiais militares que havia cercado a casa de seus familiares, no bairro Bom Jardim, em busca de armas e drogas.

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