Pastora presa pela morte dos
filhos ficará em presídio de Colatina
A decisão judicial que determinou
a prisão da pastora Juliana Sales, diz que ela sabia dos “supostos abusos sexuais”
sofridos pelos filhos, Kauã e Joaquim, que morreram carbonizados em um incêndio
em Linhares, e que ela e o marido, o pastor Georgeval Alves, tinham planos de
usar a morte dos filhos como forma de ganhar notoriedade e ascensão religiosa.
A ordem de prender a pastora
partiu da 1ª Vara Criminal de Linhares. De acordo com a decisão, Juliana sabia
dos desvios de caráter do marido, e mesmo assim apoiava os planos dele de se
promover na igreja.
Para o Ministério Público,
assassinar os próprios filhos estava nos planos do casal. Seria uma tragédia a
ser usada pelo pastor para se promover na igreja.
Troca de mensagens - Juliana
também tinha ciência do comportamento sexual incompatível com a pregação do
marido. Em uma troca de mensagens pelo celular, a pastora dizia ter 'nojo' e o
pastor dizia se sentir 'imundo' e um 'lixo' por seus comportamentos.
Já em uma mensagem que enviou
para a mãe, a pastora afirma que dormiu bem após a morte das crianças. Em outra
troca de mensagens com o pastor George, Juliana diz: "eu não estou
preparada para dar errado".
E em uma conversa com outros
pastores, ela afirma: "não sei se vou conseguir ser forte até o
final".
Pastor George Alves é indiciado
pela morte de irmãos Joaquim e Kauã, em Linhares
Irmãos relataram abusos -
De acordo com a decisão, os irmãos Kauã e Joaquim já haviam relatado, na
escola, os abusos sexuais que sofreram.
Em certas ocasiões, Kauã chorava
desesperadamente, mas alegava aos seus professores que não podia contar o
motivo.
Joaquim, também na escola,
relatava que sofria abusos sexuais. Os pais compareceram no estabelecimento de
ensino afirmando que os abusos não eram praticados no âmbito doméstico e familiar.
O Ministério Público diz que o
casal se defendia afirmando que a culpa pelos abusos era de uma outra criança,
de 5 anos.
Além disso, a decisão diz que
Juliana e George não tomaram nenhuma providência após Kauã ter “sofrido
‘maldades’ por parte de dois ‘caras’ na piscina”.
Pastores mexeram na cena do crime
- A decisão da Justiça traz outra revelação. Há relatos de que após a morte
dos irmãos o pastor e a pastora foram até a casa, jogaram vários objetos no
quarto das crianças e retiraram quase todos os objetos depois, inclusive
lençóis e roupas de cama, entregando-os a terceiros para serem lavados.
Bombeiros saem com sacos plásticos
de casa onde crianças morreram em Linhares
O caso - Joaquim, de 3
anos, e Kauã, de 6 anos, morreram carbonizados dentro de casa, em Linhares, no
dia 21 de abril. O marido de Juliana, o pastor George Alves, foi acusado de
estuprar, agredir e queimar as crianças vivas. O terceiro filho da mulher não
estava na casa no momento do crime. George Alves está preso desde o dia
28 de abril, mas a prisão dele era temporária.
Agora, o MP conseguiu a prisão
preventiva de Juliana e de George, por tempo indeterminado, pelos crimes de
duplo homicídio, estupro de vulneráveis e fraude processual. George ainda vai
responder pelo crime de tortura.
Meninos de 3 e 6 anos morreram
carbonizados em incêndio em Linhares
Prisão da pastora - A
pastora Juliana Sales Alves sabia, segundo o Ministério Público do Espírito
Santo, dos riscos que os filhos corriam por estarem sozinhos com o marido dela,
o pastor Georgeval Alves, acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças
vivas dentro de casa.
Essa omissão é um dos motivos
para a prisão dela, que aconteceu na madrugada desta quarta-feira (20), na casa
de um amigo da família, em Minas Gerais.
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